A candidata a deputada federal pelo PSDB de São Paulo Mara Gabrilli era empurrada numa cadeira de rodas no sábado à tarde por José Serra, na Avenida Paulista, quando comentou: 

— Nunca vi o Serra tão bem humorado.

Serra empurrava a cadeira de Mara numa manifestação em favor de deficientes físicos. O tucano andou com os cadeirantes por meia hora na Paulista, tomou cafezinho numa lancheria e falou com a imprensa para dizer que o segundo turno deveria ocorrer, "para o bem do país".

O entusiasmo seria explicado, segundo assessores, por pesquisas internas do partido. O segundo turno era uma possibilidade cada vez mais real. Pesquisas dos institutos confirmaram, mais tarde, a probabilidade de segunda rodada na corrida presidencial. O humor do candidato surpreendia os militantes. 

— O homem está com toda a corda — disse Jorge Armendia, da coordenação de mobilização na região do Morumbi, que acompanha Serra onde vai.

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Ao encontrar jovens de um colégio israelita, o candidato foi convidado a dizer palavras em hebraico para um depoimento em vídeo. Pediu que os jovens repetissem várias vezes as palavras. Soletrava, repetia. E enfim gravou. Depois, rindo, temendo uma pegadinha, perguntou: 

— Não era nenhum palavrão, né?

Ao ver uma repórter disputar espaço aos gritos, na calçada, empurrando outro colega, Serra comentou: 

— Nunca vi ela tão brava. Imagina perdendo a cabeça e brigando com o marido.

Alguém perguntou: 

— O senhor não perde a cabeça? 

— Perco, mas escondido.

Esse Serra mais leve e entusiasmado com a possibilidade de segundo turno vota neste domingo às 12h no Colégio Santa Cruz, no bairro de Alto de Pinheiros. Será acompanhado pelo candidato a governador, Geraldo Alckmin. Depois volta para casa, onde acompanha a apuração, e deve reaparecer em público por volta das 21h, no centro de convenções Expo Barra Funda. Ali, ele e Alckmin devem fazer um pronunciamento sobre os resultados das eleições.