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Eleições  | 30/09/2010 21h03min

Dilma comemora fim da exigência do título: "mostra que não era uma concepção só do PT"

Candidata concedeu entrevista coletiva no Rio

A candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff, comemorou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de derrubar a exigência de que o eleitor apresente o título eleitoral, além do documento com foto, na hora de votar. Segundo a petista, a determinação vai facilitar o "ato de votação" para milhões de eleitores.

— Essa vitória no STF mostra que, agora, (a interpretação) não é uma concepção só do PT, mas mostra a convicção do Supremo no sentido de que a votação do dia 3 pode ser feita apenas com o documento de identidade. Isso significa a compreensão de que havia, de fato, restrição na exigência do outro documento — afirmou Dilma, em entrevista coletiva dada no Hotel Marriott, em Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro, onde ela está hospedada desde a noite de quinta.

Na avaliação da candidata, a exigência para se votar com dois documentos atingiria todos os segmentos da população e não apenas as camadas mais populares - na qual ela apresenta vantagem de acordo com as pesquisas de intenção de voto, e que seriam a grande preocupação do PT.

— Todo mundo tinha a prática no Brasil de votar com a carteira de identidade. Chegava na mesa e tinha lá seu nome. Muito poucas pessoas lembravam de levar o titulo. Isso ia causar muita confusão.

A petista também disse ser vítima de assuntos polêmicos nos últimos dias de campanha. Para ela, está havendo uma tentativa de "aterrorizar as pessoas" e de "demonizar a sua candidatura".

Ela considerou lamentável esse tipo de prática e que não tem o hábito de usar essa estratégia para atingir seus adversários.

— Acho lamentável. Tenho sido vítima de boatos sistemáticos. Eu não pego os boatos e vou acusar alguém. Não faço isso. Muita gente faz isso sem prova nem nada. Vai e sai acusando as pessoas — disse a petista. — Tem certos tipos de informação que beiram a tentativa mais grosseira de aterrorizar as pessoas e demonizar a minha candidatura. Não acredito que a população brasileira tenha qualquer dúvida sobre a minha candidatura.

Dilma ainda fez uma avaliação sobre os três meses de campanha e disse que se esforçou para fazer uma campanha propositiva e que não restringisse qualquer tipo de informação para o eleitor. Segundo ela, ficou claro que a sua candidatura representava a continuidade no caminho de mudança pelo qual o Brasil, segundo ela, está passando.

Dilma chegou a se emocionar e quase chorou ao lembrar de alguns momentos da campanha, como quando foi saudada por eleitores mais humildes da mesma forma como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva costuma ser saudado.

Marina

A ex-ministra ainda criticou o fato de sua adversária Marina Silva (PV) ter feito críticas sobre sua alegada posição favorável em relação a mudanças na legislação sobre o aborto. A petista disse que nunca escondeu sua posição pessoal contrária à prática, mas que, na sua avaliação, se trata de uma questão de saúde pública, e não de polícia. Disse que não pretende enviar qualquer projeto de lei para o Congresso sobre o assunto e que não vai convocar plebiscito sobre o tema - proposta apresentada por Marina. Segundo Dilma, os países que fizeram plebiscito sobre a questão do aborto ficaram divididos e com muito atrito entre os grupos que tinham posições divergentes a respeito do assunto.

Apesar de estar a poucas horas da realização do debate considerado mais importante para a campanha, a petista parecia irreverente. Sorriu ao ser informada que a imprensa europeia estaria classificando como a nova "Dama de Ferro" da política brasileira e avaliando que ela poderia ser a mulher "mais poderosa do mundo".

— Não me incomodo com mais nada nessa campanha — afirmou ela, sobre a maneira como a imprensa europeia a classifica.

Agência Estado
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