Em entrevista ao programa Conversas Cruzadas, da TVCOM, nesta quarta-feira, Tarso Genro opinou sobre o legado do governo de Yeda Crusius. Para o candidato do PT ao Piratini, a preocupação da atual administração de buscar o equilíbrio das contas públicas é positiva. No entanto, Tarso diz que faria diferente:

— Nós temos que fazer um ajuste crescendo, não estagnando. O déficit zero, legado da governadora, é um enorme superávit de dívidas, com a saúde, com a educação, com os servidores. O método que ela adotou é o tradicional, de reduzir as políticas públicas de interesse popular para apresentar uma soma contável que aponta um Estado saneado. Mas o Estado não está saneado. Nós vamos fazê-lo.

Sobre a reforma da previdência, Tarso acredita que o Estado não se preparou para as mudanças sociais que acarretaram um número maior de aposentados.

— Temos que fazer um cálculo para não jogarmos no lixo o que já foi conquistado pelos aposentados — defendeu o candidato. — Vamos fazer uma transição pensando em quatro situações: o cidadão que está se aposentando, o que tem um determinado tempo de serviço, o contratado depois da Constituição e o que será contratado no futuro.

Para Tarso, o problema mais sério na questão das concessionárias de rodovias será a reforma do sistema de pedágios.

— Temos que respeitar os contratos (que findam em 2013) — disse, criticando o sistema de polos: — O sistema de polos deve ser evitado, ele se demonstra injusto. Ele gera uma blindagem em determinadas cidades, verdadeiros muros de Berlim.

Perguntado sobre o futuro do Presídio Central, o candidato acenou com a vontade de terminar com a construção. No entanto, diz ser impossível fazê-lo.

— Temos que diminuir a sua população e reformá-lo — projetou. — O grande problema do sistema penitenciário como um todo é o inferno que ele proporciona ao apenado. Temos uma fábrica de criminosos.

Questionado sobre o valor do mérito no funcionalismo público, Tarso Genro se diz adepto ao expediente.

— Eu valorizo o mérito, está na Constituição Federal — afirmou, propondo também, uma agenda para os servidores públicos.

Da mesma maneira que defende uma evolução gradual no piso dos professores, Tarso crê é preciso ir gradativamente até alcançar o nível de 12% do Orçamento destinado à saúde.

— Também precisamos buscar recursos com o Governo Federal, multiplicar Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e fortalecer hospitais no Interior — elencou o candidato, que planeja, em um eventual governo, contar com a participação do PDT:

— Assim como no Governo Federal, é possível no Estado trabalhar com uma coalisão de forças. Não dá para se fechar para a oposição.