Eleições | 18/07/2010 23h01min
A candidata do PV à Presidência da República, senadora Marina Silva, protestou mais uma vez neste domingo contra a polarização na campanha presidencial e contra o "festival de baixarias" promovido pelas campanhas de seus adversários do PT e do PSDB.
Em tom de ironia, criticou o deputado federal Indio da Costa (DEM-RJ), candidato a vice na chapa de José Serra (PSDB):
— Aprendi com os índios na Amazônia que é muito importante estar bem preparado politicamente, tecnicamente e inclusive emocionalmente para pretender o lugar de cacique. Acho que talvez o deputado Índio não esteja suficientemente preparado para ser cacique do Brasil — afirmou, sobre entrevista de Índio da Costa em que ele dizia que são claras as ligações do PT com as Farc e o narcotráfico.
— Não vamos entrar neste festival de baixaria em hipótese alguma. Antes parecia que era um plebiscito de currículos. Agora, querem fazer o plebiscito entre quem faz mais baixarias. Isso não é bom para o Brasil — afirmou a senadora, que visitou hoje, em São Paulo, o 13º Festival do Japão.
O evento atraiu, no final de semana, cerca de 160 mil pessoas. Marina Silva disse que tem respeito pelo PT — partido que integrou por quase 30 anos — e pelo PSDB e que acusações como as feitas por Índio da Costa "não são boas para a democracia".
O deputado do DEM deu as declarações em entrevista ao site Mobiliza, criado pelo PSDB para fomentar debates em redes sociais. Hoje, o vídeo da entrevista não constava mais na lista de entrevistas do site tucano.
Marina também alfinetou Dilma Rousseff, que sinalizou descontentamento com o Ministério Público Eleitoral ao dizer que a justiça não pode ter dois pesos e duas medidas.
— Se estivermos observando a lei, com certeza vamos reclamar menos da Justiça — disse ela.
Segundo Marina, "a Justiça Eleitoral tem que garantir que o processo seja equilibrado e democrático, e isso é válido para o governo federal e também para o do Estado de São Paulo". A seu ver, os limites da lei foram extrapolados tanto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva como pelo governador Alberto Goldman, cada um elogiando seu candidato em eventos oficiais.
Rouca, mas descontraída, e vestida com uma espécie de bata japonesa, com rabo-de-cavalo, Marina foi a única presidenciável a visitar o tradicional festival que reúne imigrantes em São Paulo, sendo reconhecida por várias pessoas.
Segundo o presidente da Federação das Associações de Províncias do Japão no Brasil, Akeo Yogui, todos os presidenciáveis foram convidados. De acordo com a assessoria de imprensa do evento, José Serra havia cogitado passar no local sábado à noite, mas desmarcou.
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