Eleições | 01/07/2010 09h40min
Alguns tucanos não escondem o descontentamento com a indicação do nome de Índio da Costa, do DEM do Rio de Janeiro, como candidato a vice-presidente na chapa do tucano José Serra.
Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade nesta manhã, a vereadora tucana Andrea Gouvêa Vieira, do Rio de Janeiro, que integrou uma CPI da Câmara sobre possíveis fraudes em uma licitação da merenda escolar quando Índio era secretário na prefeitura, se disse muito decepcionada com a escolha do deputado para compor a chapa de José Serra.
— O candidato não é exatamente ficha limpa — disse a vereadora, ironizando o fato de o deputado ter sido relator da Lei Ficha Limpa e acrescentando que ele não teria "estatura" e "condições morais" para o cargo de vice-presidente da República. Andrea ainda afirmou que, no Rio de Janeiro, Índio é uma pessoa que "não tem a menor credibilidade".
A CPI foi instaurada depois que mais de 90% da distribuição de merenda escolar no Rio de Janeiro ficou nas mãos de uma só empresa.
— Tudo o que nós apuramos durante a CPI levantou indícios de que houve um direcionamento para o resultado desta licitação — relata a vereadora.
O candidato também concedeu entrevista ao programa e afirmou que não se preocupa com os ataques de adversários à sua reputação desde que foi indicado para ser vice de Serra. Há 10 anos, Índio namorou a filha do ex-banqueiro Salvatore Cacciola, condenado em 2005 por peculato e gestão fraudulenta e, agora, adversários políticos tentam associar seu nome ao do ex-dono do banco Marka.
— Eu vejo [os ataques] com muita alegria, porque ninguém bate em cachorro morto — afirmou o deputado.
Índio, que se preparava para concorrer à reeleição, se disse orgulhoso por ter sido indicado pelo DEM para compor a chapa de José Serra e afirmou que, se eleito, vai fazer o seu melhor "para levar desenvolvimento aonde precisa levar desenvolvimento". O candidato a vice-presidente relatou pontos de sua carreira, dizendo que foi o deputado mais votado do Rio de Janeiro, secretário de desenvolvimento econômico da prefeitura da cidade e administrador do parque do Flamengo e do bairro de Copacabana. Contou ainda que é advogado, com pós-graduação em políticas públicas e tem dois livros publicados sobre administração pública.
— Eu tenho muito a aprender no dia a dia com as pessoas e, sobretudo, com Serra — diz Índio.
Sobre a escolha do deputado, a vereadora afirmou que "houve uma pressão muito grande" em cima de José Serra. Ela disse que espera que Serra faça uma boa campanha e ganhe as eleições, mas que pretende pedir licença durante o período eleitoral:
— Por uma questão de respeito ao meu próprio mandato, eu não posso sair pedindo votos para o Índio da Costa.
A vereadora disse ainda que a saída de Índio na corrida eleitoral à Câmara dos Deputados "facilita a vida" de outros candidatos do DEM.
Questionada se votará em José Serra nessas eleições, Andrea evitou dar uma resposta negativa.
— A minha tendência é não votar nessa eleição — explicou a vereadora.
Ouça a entrevista com o candidato Índio da Costa:
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