| 01/06/2010 21h11min
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, foi hoje ao Senado federal e disse que, embora se oponha, o Brasil acatará as eventuais sanções do Conselho de Segurança da ONU contra o Irã.
O chanceler esclareceu que, apesar de estar "totalmente em desacordo" com uma nova rodada de sanções, o Brasil seguirá "fielmente" o que for decidido pelo Conselho de Segurança, do qual é membro não-permanente.
O ministro insistiu que o acordo entre Brasil e Turquia com o Irã, para uma troca de urânio pouco enriquecido por combustível nuclear, pode ser o ponto de partida para uma retomada das negociações em torno do polêmico programa nuclear iraniano.
Amorim reiterou ainda a tese do Governo de que o Irã tem direito a um desenvolvimento nuclear pacífico, e questionou algumas versões que falam que o regime dos aiatolás conta com urânio suficiente para fabricar pelo menos duas bombas atômicas.
Segundo o ministro, o Governo dos Estados Unidos encorajou o Brasil a se unir à Turquia para buscar um acordo com o Irã, e o pacto conseguido contempla "todos os pontos que eram as principais preocupações" de Washington, transmitidas até em "correspondências presidenciais".
A alusão é a uma carta do presidente dos EUA, Barack Obama, dirigida ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nela, era considerado "fundamental" um pacto para a troca de urânio por combustível nuclear.
Amorim disse que o objetivo "prático" do estipulado com o Irã era "criar confiança", mas reconheceu que o acordo "não é suficiente para resolver todos os problemas", uma meta, para ele, "complexa demais" para Brasil e Turquia.
Grupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2010 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.