| 28/05/2010 20h52min
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou nesta sexta-feira que as divergências políticas e diplomáticas com os Estados Unidos, em relação ao acordo nuclear firmado com o Irã, não vão atrapalhar as relações diplomáticas históricas entre os dois países mais ricos das Américas.
— Não creio. Seria uma atitude infantil dizer que atrapalharia. O Brasil tem excelentes, densas, intensas relações com os Estados Unidos. Nós estamos cooperando no Haiti, temos um comércio que une as duas maiores economias do continente americano. Temos excelentes relações e continuaremos a ter — afirmou Amorim.
Amorim participou do Fórum Aliança de Civilizações das Nações Unidas, onde disse que o Brasil deve agir "conforme sua consciência e livre de possíveis ditames". Ao lado do chanceler brasileiro estavam os ministros de negócios estrangeiros da Turquia, Ahmet Davutoglu, e da Espanha, Miguel Ángel Moratinos.
— Você não pode adotar uma política de que quem não está comigo está contra mim. Isso não existe. Nas Nações Unidas você tem que votar de acordo com sua consciência e suas convicções. E agir de acordo com suas convicções. Nós não temos o poder — porque não temos veto — de levar adiante nossas posições como os outros podem. Mas eles não podem impor a nós violentarmos a nossa consciência e violentarmos aquilo que nós obtivemos — disse o ministro.
Amorim não acredita que o Brasil, ao se contrapor à visão dos Estados Unidos e de outras potências mundiais sobre a questão nuclear do Irã, sofra algum prejuízo em sua pretensão de fazer parte do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU):
— Se, para ser membro do Conselho de Segurança, você tiver que ter uma posição subserviente, é preferível não ser — afirmou o chanceler.
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