Nesta segunda-feira, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, confirmou que o comando da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) recebeu do governo do Irã a carta informando sobre o acordo que define a troca de urânio.
Moon apelou para que o governo do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, seja transparente nas informações sobre o programa nuclear iraniano e o acordo em si:
— Permita-me destacar uma vez mais a importância da cooperação absoluta do Irã com a Aiea e o cumprimento das resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Por outro lado, expresso meus elogios pela iniciativa diplomática [dos governos] da Turquia e do Brasil em ajudar a resolver a tensão envolvendo o programa nuclear iraniano — disse Moon.
No final da manhã, o governo iraniano confirmou o envio das informações para Aiea. O encaminhamento da carta estava previsto no acordo, no prazo de uma semana.
O acordo determina que o Irã envie 1,2 mil quilos de urânio enriquecido a 3,5% para a Turquia. O material será enriquecido sob supervisão da agência, dos turcos e iranianos. Em troca, em até 12 meses, o Irã receberá 120 quilos do produto enriquecido a 20%.
Paralelamente, os Estados Unidos obtiveram, no Conselho de Segurança das Nações Unidas, o apoio da Rússia, França, Inglaterra e China em favor do esboço de resolução que define pelas sanções contra o Irã. Para os norte-americanos, o programa nuclear iraniano esconde a produção de bomba atômica.
Na próxima quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne em Brasília com o primeiro-ministro da Turquia, Tyyiq Erdogan. Os dois foram os negociadores, ao lado de Ahmadinejad, da chamada Declaração de Teerã que se transformou no acordo sobre a troca de urânio.
Brasil e Turquia intensificam as negociações na comunidade internacional em defesa da proposta como meio para evitar a imposição de sanções.
AGÊNCIA BRASIL