| 24/05/2010 06h58min
O diretor-geral da Organização de Energia Atômica do Irã, Ali Akbar Salehi, garantiu no domingo à noite, em entrevista coletiva concedida em Teerã, que o país entregará hoje (24) uma carta com detalhes sobre o acordo para a troca de urânio à Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea). Segundo ele, Ali-Asghar Soltaniyeh foi nomeado como responsável pela entrega do documento à direção da agência.
A carta deve ser recebida pelo diretor-geral da Aiea, Yukyia Amano. Salehi reiterou que representantes do Brasil e da Turquia estarão presentes no momento em que o documento for entregue. As informações são da agência de notícias oficial do Irã, a Irna.
Pelos termos do acordo, que tem dez itens, o prazo final para a entrega da carta é hoje - uma semana depois de ter sido fechada a Declaração de Teerã. No documento, o Irã deve informar, em detalhes, sobre a troca de urânio negociada na semana passada.
O objetivo é que o governo do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, envie 1,2 mil quilos de urânio levemente enriquecido a 3,5% para a Turquia. O enriquecimento do material deverá ser realizado sob supervisão da Aiea, dos turcos e iranianos.
Em troca, o Irã receberá 120 quilos do produto enriquecido a 20%. Com isso, a expectativa dos governos do Irã, Brasil e da Turquia é impedir a aprovação de sanções, no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, contra os iranianos. No entanto, os Estados Unidos atuam paralelamente, levantando dúvidas sobre o eventual cumprimento do acordo e seus efeitos por parte do Irã, e mantêm a defesa das sanções.
Na última semana, os Estados Unidos foram seguidos pela Inglaterra, França, China e Rússia, que integram o grupo dos países permanentes no conselho, em favor da aprovação de um esboço de resolução. O documento estabelece, previamente, mas sem efeitos por enquanto, eventuais punições econômicas ao Irã sob o argumento de que o país esconde a produção de armas atômicas.
Porém, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, intensificaram os esforços para garantir que o acordo seja reconhecido pela comunidade internacional. Na semana passada, ambos mantiveram conversas, por telefone, com autoridades dos países que integram o Conselho de Segurança das Nações Unidas. Para Amorim, a entrega da carta nesta segunda-feira marcará um novo momento das negociações.
Segundo ele, eventuais dúvidas poderão ser respondidas e as negociações terão possibilidade de avançar a partir do cumprimento desta etapa do acordo.
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