Eleições | 27/05/2010 18h
O pré-candidato José Serra (PSDB) discorreu sobre suas experiências como ministro da Saúde para falar a uma plateia de gestores municipais no 26º Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, em Gramado, na Serra Gaúcha, e prometer que vai regulamentar a Emenda 29 no início do próximo ano, caso seja eleito.
A emenda estabelece os percentuais mínimos a serem investidos na saúde pela União, estados e municípios e é uma das principais bandeiras dos gestores do Sistema Único da Saúde (SUS).
— Saúde mexe com relações, com gente, que é a base de tudo. O governo atual não mandou a emenda 29. Vamos fazer essa regulamentação no início do ano, se eu tiver a oportunidade de ser eleito. Vamos discutir com toda a sociedade. Como que se vota? Tem de ter pressão. É preciso fazer pressão junto aos senadores, deputados, presidente da República... Isso vai dar uma moldura para a saúde — avaliou Serra.
O financiamento da saúde sempre foi uma defesa minha. A saúde foi vivendo como o colchão amortecedor para cortes. Se precisar cortar, corta-se na saúde. Parece suculenta para a área econômica.
O termo financiamento foi utilizado pelo presidenciável para retomar outro tema: a CPMF, que o governo Lula não conseguiu manter.
— Até 2004, 2007, a CPMF estava lá. Quem passou a gastar mais foram os estados e os municípios. A partir daí, quem passou a bancar saúde, com a sua arrecadação, foram os estados e municípios. Não foi a oposição que derrubou a CPMF, foi o governo. O governo tem número, base, para aprovar tudo — comparou.
Serra criticou a reprodução do discurso político nesta campanha para justificar o porquê não usaria números ao se comprometer a criar um programa para formar 300 mil técnicos de enfermagem com financiamento a fundo perdido do Bird.
— Tem que ter um estado quem planeje e seja um ativista. Foi isso que fiz na saúde.
Nessa campanha tem muita chupação. Um fala uma coisa, o outro repete, como se soubesse daquilo desde criancinha — disparou.
Serra criticou o governo Lula e a sua principal adversária Dilma Rousseff (PT) ao reafirmar que a saúde está loteada politicamente, com o repasse de cargos em agências de regulação importantes para o partido A ou B.
O tucano usou como exemplo a Funasa, mas contemporizou a crítica ao elogiar o atual ministro José Gomes Temporão, presente no evento. Serra disse que ele é o melhor dos quatro ministros do governo Lula que passaram pela Saúde, mas não era ele quem nominava as pessoas.
O presidenciável destacou ainda que foi no governo do PSDB que foi criado o Programa Saúde Família (PSF). O tucano relembrou ainda dos mutirões de saúde que reduziram a mortalidade infantil. Assim como ocorreu com Dilma, foi aplaudidíssimo reiteradamente por mais sete vezes.
Serra não quis comentar sobre a volta ou não da CPMF e se juntou à plateia depois da palestra e da entrevista coletiva.
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