Eleições | 27/05/2010 14h10min
Diante de uma plateia de gestores municipais de saúde, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, alfinetou no início da tarde de hoje seu principal adversário na corrida pelo Planalto, o tucano José Serra.
Em meio ao discurso no 26º Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, em Gramado, Rio Grande do Sul, a ex-chefe da Casa Civil alegou que é contra a demonização da Bolívia, país criticado na quarta-feira por Serra durante entrevista à Rádio Globo, do Rio. Na conversa com os jornalistas cariocas, o tucano afirmou que o governo boliviano é condescendente com o tráfico de cocaína para o Brasil.
— Não podemos desprezar nossos vizinhos e olhar com soberba para para os outros problemas. Acredito em uma América Latina forte — disse a pré-candidata petista.
Depois do discurso, a ex-ministra participou de coletiva com jornalistas e voltou a alfinetar o adversário. A ex-ministra disse que o governo de Evo mostrou "uma certa maturidade da vida política boliviana".
— Não concordo com o tipo de demonização que se faz com um país como a Bolívia. Temos de construir na América Latina um padrão diferente de relacionamento. Não acho que esse tipo de padrão, no qual você sai acusando outro governo, seja uma coisa construtiva. Temos de ter cautela, prudência, temos de saber que são relações delicadas, que envolvem soberania. Por ser um país pequeno, a delicadeza tem de ser maior — defendeu Dilma.
A candidata do PT ponderou que a Bolívia hoje teria uma estabilidade muito grande:
— Não é possível, de forma atabalhoada, a gente sair dizendo que um governo é isso ou aquilo. Não se faz isso em relações internacionais. Não é papel de um estadista ou de quem quer ser um estadista.
Na palestra, que começou por volta das 12h20min e durou em torno de 50 minutos, Dilma também abordou a regulamentação da Emenda 29, referente ao projeto que permitirá que recursos aplicados nas ações e serviços de saúde não sofram desvios. A petista se comprometeu com a regulamentação, mas reforçou que é preciso um remanejamento de gastos.
— Não estou propondo nenhum outro imposto para a saúde. Se houver crescimento da economia, há como regulamentar a emenda sem novos impostos.
Dilma Rousseff alfinetou o oponente tucano, José Serra, durante o 26º Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde em Gramado.
Foto:
Porthus Junior
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