Sandro se estica todo, rouba a bola e passa para Guiñazu. O capitão tromba com dois adversários e dá para... Tinga. Tinga parte com a velocidade que a torcida conhece, os cabelos rastafári balançando ao vento, e faz a tabela com D'Alessandro. No segundo semestre, esta poderá ser uma jogada real do meio-campo do Inter, pelo menos enquanto Sandro não vai para o Tottenham. De acordo com Tinga, apresentado hoje, ele não concorre por posição com Guiñazu. Ele sequer acha seu jogo parecido com o do argentino.

— Poderemos jogar juntos. Admiro o futebol do Guiñazu, mas temos características bem diferentes. Acho que dá para a gente brigar juntos ali no meio-campo — sorri.

Apesar de passar quatro anos fora do país, Tinga garante que está pronto para voltar à rotina de jogos quarta e domingo do futebol brasileiro. Ele contou que o Borussia Dortmund fazia coletivo às quartas-feiras, e depois do coletivo ele ainda treinava sozinho.

— Estou pronto. Se eu for mal, o tempo que passei na Europa não será desculpa.

À força e velocidade que os colorados já conhecem, Tinga diz que ainda acrescentou algumas qualidades em sua passagem pelo futebol europeu:

— Tive que aprender a chutar mais a gol. Com os jogos só no domingo, pude treinar mais, aperfeiçoar fundamentos. E lá eles te obrigam a entender mais o jogo taticamente. Além disso, na Alemanha não tem falta, então você tem que ficar de pé na marra (risos). Essas coisas a gente vai aprendendo.

Aos 32 anos, Tinga não descarta encerrar a carreira no Inter. Um dia. Não ao fim deste contrato. O novo vínculo dele com o clube vai até o fim de 2012.

— Pelo meu projeto, tenho certeza que poderei dar continuidade à minha carreira depois disso, aqui ou em outro lugar. Me preparei para isso. A menos que aconteça algum imprevisto de saúde.

Em seguida, o diretor-executivo Newton Drummond ressaltou que o Inter tem prioridade na renovação de contrato de todos os seus jogadores.

— Bem lembrado, Chumbinho — sorriu o meia.