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 | 14/05/2010 10h53min

"Duas vezes colorado", Tinga é apresentado pelo Inter

Volante reitera seu amor ao time no retorno ao Beira-Rio

Amauri Knevitz Jr.  |  amauri.knevitz@zerohora.com.br

Atualizado às 11h30min.

Paulo César Tinga entrou na sala de conferências do Estádio Beira-Rio, às 10h15 da manhã desta sexta-feira, sorridente. Acompanhado do seu empresário, Tadeu Oliveira, e do diretor-executivo Newton Drummond, deu bom dia à pequena multidão de repórteres, fotógrafos e cinegrafistas que o esperava. Tirou a blusa de lã, vestiu uma camiseta do Inter sem número e suspirou: "Graças a Deus". Estava oficialmente de volta à casa onde conquistou os maiores títulos de sua carreira.

Em sua entrevista coletiva de apresentação, Tinga mostrou um discurso profissional, mas recheado de declarações de amor ao Inter. Questionado se voltava tão colorado quanto era quando deixou o clube em 2006, foi enfático:

— Sou ainda mais colorado. Se puder ser duas vezes colorado, esse sou eu. Falo isso de coração, com o maior respeito aos outros, mas sou colorado e tenho prazer de estar aqui. Não é fazer média com ninguém, até porque não preciso. É verdade.

Este balanço entre o jogador e o torcedor ficou evidente também na resposta sobre os motivos de ter escolhido o Inter:

— Não foi fácil, porque tem o coração, mas também tem o lado profissional, a família. Tive propostas do Fluminense e do Catar. Decidi pelo Inter pelas pessoas que conheço, pela estrutura que o clube tem hoje. É um clube reconhecido em todo mundo. Lá fora a gente sempre comenta das equipes que estão sempre nas finais, com boas condições para trabalhar, e o Inter é uma delas. E também por uma palavra que eu tinha dado à direção do Inter quando saí. Disse a eles que o Inter teria prioridade na minha volta ao Brasil. E cumpri.

Depois de ter dito em entrevista ao clicEsportes, ainda na Alemanha, que é "fascinado" pela Libertadores, Tinga comentou a situação atual do clube:

— Joguei quatro Libertadores, é uma competição muito difícil. Às vezes os jogos são feios. Quem ganha a Libertadores é quem cresce ao longo do campeonato. E o Inter está conseguindo isso, é um grande sinal. E também não está despertando muito o medo das outras equipes, os outros pensam que não estamos jogando bem, mas estamos passando e crescendo dentro da competição. Isso também é ótimo.

Ao comentar o jogo contra o Estudiantes, ao qual assistiu dos camarotes, o meia saiu-se com uma pérola sobre a história do futebol gaúcho:

— Para mim, o resultado de ontem foi uma goleada. É um campeonato muito diferente de qualquer outro. A equipe está no caminho certo, apesar dos problemas. No Sul, nunca fomos mesmo de ter muita qualidade técnica, mas estamos cheios de troféus.

O Inter ainda não sabe quando poderá contar com Tinga. No Brasileirão, será provavelmente na primeira partida de agosto. Na Libertadores, a situação é complexa. Primeiro, o time precisa eliminar o Estudiantes. Depois, tentará inscrevê-lo na semifinal. O problema é que ele só será jogador do Inter oficialmente em agosto, quando o prazo já terá se encerrado, porque o primeiro jogo será no fim de julho. Para a final, não há nova janela de inscrição. Além disso, talvez ele precise cumprir um jogo de suspensãopela expulsão contra o São Paulo, na final de 2006.

Uma coisa é certa. Caso o Inter conquiste a Libertadores, Tinga poderá pagar uma dívida antiga que tem consigo mesmo: a de disputar um Mundial. Ele deixou o clube dois dias após a conquista da Libertadores 2006, e não foi ao Japão.

— O dia da final do Mundial de 2006 foi bem difícil para mim. Eu estava dentro de um avião e fiquei pensando: "era para eu estar lá, eu ajudei a construir isso". Eu gosto de ganhar, e perdi a oportunidade de ter vencido mais um título.

Chumbinho adiantou que o clube fará uma promoção para que a torcida escolha o número da camiseta de Tinga.

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