| 15/04/2010 07h11min
Souza e Lúcio estão no departamento médico do Olímpico. Trabalham diariamente com o fisioterapeuta Henrique Valente em busca da recuperação de suas lesões no joelho. O meia se lesionou no dia 31 de janeiro, no Gre-Nal 379, e o lateral-esquerdo no dia 13 de fevereiro, durante a partida contra o São José, pelo Gauchão. Duas vezes por dias os jogadores realizam atividades sérias, que são intercaladas por momentos de descontração. Algo que, segundo eles, ajuda no tratamento.
– Sempre fui um cara muito alegre. Fiquei chateado quando fiz a cirurgia, mas a vida tem que continuar. Ser alegre com certeza melhora tudo, a cicatrização, o trabalho. O Henrique até já brincou que precisa contratar um psicólogo para ele, porque ele tem que nos aguentar – comentou Souza.
Henrique - que diz ter três filhos agora: o dele, de três anos, mais Souza e Lúcio - reforça a tese de Souza. Segundo ele, o mais importante é que os jogadores não deixam de fazer os exercícios que precisam ser realizados.
– Independente da maneira como eles conduzem essa situação, é bom para a recuperação. Eles sabem o que precisam fazer, obedecem, respeitam. O ambiente é sério durante a atividade e alegre quando tem que ser. Isso é bom. Somos seres humanos e temos a cabeça tranquila para fazer tudo certinho – disse o fisioterapeuta.
– As brincadeiras são antes e depois da fisioterapia. Às vezes, acabamos de fazer um exercício, o Henrique fala alguma coisa, deixa a bola quicando, e a gente brinca. Teve um dia que ele gritou: me tira daquiiii! Já tava ficando louco – completa Souza, arrancando risos de Lúcio e Henrique.
Para Lúcio, o mais importante para o atleta é não colocar um prazo para a recuperação. Essa expectativa, na visão dele, pode atrapalhar o tratamento.
– O mais importante é o atleta não colocar o prazo. Às vezes você coloca uma data, ela chega, você não está apto a jogar, e fica frustrado. E quando voltar, tem que ser 100%, e não porque o treinador pede, a torcida pede – relatou.
Ficar afastado dos gramados incomoda os jogadores. Porém, Lúcio observa de um dos momentos que pode ser melhor aproveitado durante a recuperação: o tempo com a família.
– É aí que você vai vendo outras coisas que antes passava despercebido, como passar um domingo com a família no shopping, pegar um cinema com a filha, com a esposa, no momento de descanso isso é importante. Não pode se isolar, senão vai ficar só pensando que não vai jogar mais, tem que descontrair – ressalta.
O tempo de recuperação para lesões ligamentares no joelho é de seis meses. Souza e Lúcio já passaram por isso e estão otimistas com o trabalho que vem sendo realizado, com uma evolução mais rápida.
O médico que operou Souza, em São Paulo, visita o jogador regularmente e, no último encontro, há aproximadamente duas semanas, ficou surpreso com a recuperação do meia.
– Ele ficou admirado quando viu minha perna, se surpreendeu, falou que em mais um mês estaria correndo. Está muito boa minha perna esquerda. A preocupação maior agora é a direita, de onde saiu o enxerto – explicou o jogador.
A volta de Souza e Lúcio, teoricamente, será por volta de agosto. Mas pela evolução, pode ser que eles voltem a treinar antes do previsto.
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