| 16/09/2009 16h42min
Não se trata de paranóia ou crença em teorias conspiratórias. Vou logo avisando. O futebol brasileiro, salvo alguns deslizes — a confusão de 2005 que terminou beneficiando o Corinthians é a mais recente e notória —, melhorou neste sentido. O campeonato tem regra e tabela definidas e sumiram as viradas de mesa.
Aqui e ali ainda restam algumas atitudes esquisitas, especialmente no âmbito do STJD. Diego Souza, por exemplo, não foi punido com rigor ao deixar o banco e passar uma rasteira em Domingos, do Santos. D'Alessandro tomou um gancho enorme — e justo — em virtude da perseguição ridícula a William, na final da Copa do Brasil. Mas o futebol brasileiro, em tese, melhorou.
Ainda assim, justamente por conta destes deslizes, fico com receio quando há times paulistas e
cariocas envolvidos em lutas contra o rebaixamento. É o caso deste Fluminense
quase morto e enterrado que joga com o Grêmio no domingo.
O presidente do Fluminense, Roberto Horcades, afirma com tanta veemência que o Fluminense não cai que sua certeza causa espanto. Repito: não digo que Horcades esteja urdindo alguma tramóia para se livrar da degola. Mas é que o próprio Fluminense já se beneficiou de questões extra-campo para sobreviver quando venceu a Série C de 1999 e pulou direto para a Primeira Divisão no ano seguinte, por conta da Copa João Havelange.
Por questões judiciais, a CBF não pôde organizar o campeonato em 2000, e a CBF passou a bola para os clubes. E os clubes deram uma forcinha para o Fluminense. Bem, mas depois disso caíram e subiram no campo Palmeiras, Corinthians, Vasco, Botafogo. Todos grandes clubes de Rio e São Paulo.
Mesmo assim, fantasmas ainda rondam situações como a que envolve o jogo do Olímpico.
É uma pena, mas nosso passado
de suspeitas, viradas de mesa e coronelices ainda é tão recente que
sobra espaço para pequenas desconfianças. Portanto, qualquer deslize da arbitragem no jogo do Grêmio diante do Fluminense, atolado na lanterna com seus miseráveis 18 pontos, pode criar um clima ruim.
É a típica partida na qual a arbitragem precisa ser perfeita. Ou, no mínimo, não interferir no resultado em algum lance capital. Do contrário, recordações do passado que ajudou o Fluminense ressurgirão. É uma realidade que pode até prejudicar os cariocas. Numa dessas, na ânsia de provar independência, o juiz se enche de dedos para apitar em favor do Fluminense.
É jogo para árbitro Fifa, nota 10, em grande fase. Não pode ser um árbitro desconhecido, lá de Roraima.
Senão, velhas paranóias podem ser ressuscitadas. O que é ruim para Grêmio, Fluminense e o campeonato.
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