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 | 05/06/2010 04h00min

"Combati o flanelinha com as forças que tinha", diz ex-secretário da SMIC

Idenir Cecchim que projeto tentou coibir os achaques rendeu bons frutos, mas, se a fiscalização não for reforçada, não surtirá efeito

Reportagem de Zero Hora publicada ontem, revelando a livre atuação de flanelinhas na Capital, fez com que um dos principais defensores da regularização da atividade dos guardadores, o vereador Idenir Cecchim (PMDB), criticasse a atual postura da prefeitura. Para ele, o projeto que tentou coibir os achaques rendeu bons frutos, mas, se a fiscalização não for reforçada, não surtirá efeito. Ele discorda da posição do seu sucessor na pasta, Valter Nagelstein, que afirmou não ser função da Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (Smic) controlar a ação dos flanelinhas. Veja a seguir trechos da entrevista:

Zero Hora – No ano passado, o senhor foi responsável pelo projeto que tentava controlar os flanelinhas na cidade. A reportagem flagrou agora a livre atuação deles, achacando motoristas. A iniciativa não deu certo?

Idenir Cecchim –
Nos meses em que estive à frente da secretaria, nós fiscalizamos e deu certo. Nós não legalizamos o achacador, identificamos aqueles que possam ser denunciados se for o caso. Nós tomamos uma atitude contra os achacadores. Quem cuidava da fiscalização do comércio ambulante irregular avisava a polícia dos guardadores que estavam achacando. É mais uma colaboração, não só fiscalização, mas vontade de combater o flanelinha explorador.

ZH – O atual secretário, Valter Nagelstein, não concorda com isso. Para ele, a Smic não deveria fiscalizar.

Cecchim –
O homem público tem a responsabilidade de usar todas as forças de que dispõe para ajudar a população. Eu jamais lavei as mãos para ajudar na fiscalização. Eu combati o flanelinha, com as forças que eu tinha, com os fiscais que tinha. Quando eu estava na secretaria, combatia o guardador irregular e deu certo. O que tem de ser feito é cada um a sua parte. O que não se pode fazer é lavar as mãos. Na administração pública não pode ter Pilatos, lavar as mãos é proibido. Tem de ter vontade política para resolver.

ZH – Então o senhor acha que falta vontade política da atual administração. Os problemas flagrados pela reportagem, inclusive o achaque de guardadores regulares, são fruto desse novo rumo tomado pela Smic?

Cecchim –
A prefeitura não pode é se omitir da responsabilidade de ajudar a fiscalizar. A população precisa que o poder público não fuja de sua responsabilidade. Homem público não tem o direito de dizer “isso não é comigo”. Ele tem de ter a obrigação de enfrentar.

ZH – A lei que tenta regularizar a atuação do guardador, sancionada este ano, pode ajudar ou ela só é mais uma legislação fadada a ficar no papel?

Cecchim –
Não se pode criar lei se tiver dúvida da sua eficácia. Nós temos que ter responsabilidade de fazer lei para ser cumprida. Temos de trabalhar para que isso ocorra.

Entenda a polêmica
- Em julho de 2009, a prefeitura de Porto Alegre e a Brigada Militar firmaram uma parceria com a Cooperativa de Auxílio Amplo (Cooperamplo). Um grupo de 154 flanelinhas atuaria uniformizado e em locais predeterminados. Para trabalhar nas ruas, o cooperativado precisa se cadastrar e apresentar atestados criminais. Ganharam jalecos e crachás.
- Nesta semana, a Cooperamplo e o sindicato da categoria sugeriram o tabelamento do serviço que partiria de R$ 0,50 chegando a R$ 5 nos eventos. A ideia, segundo eles, é que o preço estabelecido terminaria com o achaque.
- Entre segunda e quinta-feira, Zero Hora estacionou carros nas áreas mais movimentadas da Capital e constatou que flanelinhas irregulares seguem agindo livremente, enquanto guardadores legalizados achacam vestidos com jaleco e crachá oficiais.

ZERO HORA
Jefferson Botega / 

Guardadores cobram até R$ 10 para cuidarem veículos em ruas de Porto Alegre
Foto:  Jefferson Botega


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