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 | 28/05/2010 20h36min

Lula rebate críticas de Hillary Clinton ao acordo com o Irã

Presidente disse que armas nucleares deixam o mundo mais perigoso, não o acordo

Atualizada às 20h36min

Nesta sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu às críticas da secretária de Estado americana Hillary Clinton, que declarou na quinta-feira que o acordo nuclear negociado com os iranianos por Lula e pelo primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, torna o mundo mais perigoso.

— A existência de armas de destruição em massa torna o mundo mais perigoso — disse Lula, falando para uma plateia formada por autoridades e representantes dos 119 países que participam do Fórum da Aliança das Civilizações, promovido pela Onu.

Sem mencionar nomes, Lula fez duras críticas à atitude dos Estados Unidos, falando sobre aqueles que utilizam "teses sobre uma suposta fratura de civilizações como pretexto para ações bélicas, ditas preventivas".

Numa aparente alusão à insistência americana de aprovar novas sanções contra Teerã no Conselho de Segurança da ONU, disse que posições inflexíveis só ajudam a confrontação e afastam a possibilidade de soluções de paz.

O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, que também discursou na abertura do fórum, demonstrou estar em sintonia com o presidente brasileiro, fazendo uma crítica velada ao Ocidente e aos Estados Unidos e mencionando abertamente a questão nuclear iraniana:

— Quando ouvimos aqueles que falam em impedir que o Irã consiga armas nucleares, percebemos que eles próprios possuem armas nucleares. Aqueles que acreditam que o mundo é feito para seu próprio benefício não compreendem a dinâmica da integração aos outros. É muito errado impor seus valores e seu julgamento — disse o primeiro-ministro turco.

No dia 17 de maio, Lula e Erdogan se reuniram em Teerã com o presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, para a assinatura de um acordo tripartite estabelecendo os termos para que 1,2 quilos de urânio iraniano enriquecidos a 3,5% sejam enviados à Turquia, que os devolveria transformados em combustível para um reator nuclear.

As reações da comunidade internacional, no entanto, não foram tão entusiasmadas quando se poderia esperar, a começar pelos Estados Unidos, que se mantêm firmes nas negociações para aprovar um novo pacote de sanções contra o Irã no Conselho de Segurança da ONU.

Na quarta-feira, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, declarou que os Estados Unidos têm neste momento divergências muito sérias com a diplomacia brasileira em relação ao Irã, acusando Ahmadinejad de usar o acordo tripartite para ganhar tempo para o desenvolvimento de seu programa nuclear.

AFP
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