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 | 28/05/2010 12h24min

Lula defende acordo com Irã para preservar paz mundial

O presidente discursou na abertura do III Fórum da Aliança de Civilizações no Rio de Janeiro

Em seu discurso de abertura do III Fórum da Aliança de Civilizações, no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que Brasil e Turquia se empenharam em alcançar o acordo com o Irã sobre seu programa nuclear para evitar um conflito que ameace a paz mundial.

— O Brasil aposta pelo entendimento — disse Lula no discurso inaugural, no qual afirmou que, com esse propósito, ele e o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, foram a Teerã no meio do mês para buscar com o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, "uma solução negociada para um conflito que ameaça muito mais que a estabilidade de uma região".

Na visita a Teerã, Lula e Erdogan conseguiram fazer com que o Governo de Ahmadinejad se comprometesse a entregar à Turquia 1,2 tonelada de urânio enriquecido a 3,5%, que será recuperado um ano depois como combustível nuclear a 20%, solução que é vista com ceticismo pelos Estados Unidos e outras potências.

O presidente reiterou que "o mundo precisa de um Oriente Médio em paz" e defendeu o direito dos países de desenvolver programas nucleares com fins pacíficos.

— A energia nuclear deve ser um instrumento para a promoção do desenvolvimento, não uma ameaça — disse o presidente, e lembrou que a Constituição brasileira "consagra a proibição de produzir e usar armas nucleares".

Segundo Lula, "a promoção de uma cultura de paz deve ser um dos pilares centrais" do Fórum da Aliança de Civilizações, que definiu como "uma resposta aos que pretenderam dividir a humanidade com o choque de civilizações".

— A tolerância e a igualdade de oportunidades são fundamentais para um ambiente de concórdia e paz. A exclusão, os preconceitos e a pobreza alimentam cenários de tensão e conflitos — disse o presidente.

O líder ressaltou que o mundo precisa "oferecer oportunidades de crescimento econômico e justiça social aos milhões de pessoas que vivem à margem da humanidade".

Além disso, Lula se referiu à crise financeira mundial e reiterou a necessidade de ter "organizações multilaterais vigorosas" que estejam à altura de um mundo multipolar.

O presidente criticou os governantes, que, segundo ele, não só foram incapazes de assumir seus próprios erros na crise, mas recorrem a medidas protecionistas no comércio internacional, enquanto são permissivos com os paraísos fiscais e culpam os imigrantes do mundo em desenvolvimento pela situação social.

EFE
Nuvem Esperança

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