Diogo Olivier, colunista online
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diogo.olivier@zerohora.com.br
Montagem de Cristine Kist sobre foto de Cynthia Vanzella
Anote aí, sem medo de errar. O Brasileirão deste ano está uma barbada de ganhar para a dupla Gre-Nal. Desde que Grêmio e Inter queiram vencê-lo de verdade e sejam mais ousados.
A princípio, imaginava-se que a janela de transferências de agosto não transformaria os times tanto assim, em razão da crise financeira mundial. Mas os estrangeiros vieram com força suficiente para levar Nilmar (Inter), Keirrison (Palmeiras), Ramires e Wagner (Cruzeiro)
e outros menos votados, como o valente Pedrão (Barueri).
Só que o primeiro turno teve incidências que atrapalharam postulantes tradicionais ao título, abrindo
caminho para os gaúchos. Senão, vejamos.
1) São Paulo: Entrou em depressão e trocou Muricy Ramalho por Ricardo Gomes. Por isso, perdeu tempo e só agora se aproxima do G-4. Não vai manter este ritmo de seis vitórias seguidas eternamente.
2) Corinthians: Depois que ganhou o Paulistão e a Copa do Brasil, passou a administrar a temporada. Perdeu o ímpeto de ser campeão, especialmente após negociar André Santos e Cristian com o Fenerbahce, da Turquia. Agora que Ronaldo quebrou a mão, então, aí é que degringolou mesmo.
3) Palmeiras: Trocou Wanderley Luxemburgo por Muricy Ramalho. Toda mudança de treinador provoca oscilações. O Palmeiras vem de três empates. O último é preocupante: Botafogo, em casa.
4) Cruzeiro: Perdeu meio time na janela de agosto (Ramires, Gérson Magrão, Wagner, talvez Kleber).
Pior: quem ficou não sai da crise existencial após estar tão perto do tri da Libertadores e,
agora, ver o horizonte reduzido a uma corrida contra o rebaixamento.
5) Atlético-MG: Começou arrasador, mas quem o pilota é Celso Roth, e ele sempre cansa no meio do caminho. Já está fora do G-4 e deve ficar cada vez menos arrasador e mais cansado.
6) Fluminense: A Unimed contratou Fred e Carlos Alberto Parreira, prometendo um time para ser campeão. O primeiro desatou a ser expulso, se machucou e não se sabe quando volta. Parreira foi demitido e, para o seu lugar, veio Renato Portaluppi, que segue perdendo. Se não cair, é lucro.
Enfim, como se vê, nada de novo no Reino da Dinamarca. No caso do
Inter, nem é preciso dizer que é preciso pensar fixamente no título, pela boa condição na tabela (33 pontos, a quatro do Palmeiras, com dois jogos a menos). Mas o
Grêmio ( 28 pontos, 7º lugar e distante nove pontos do líder) não
pode desistir do título.
Se o
Avaí enfileirou cinco
vitórias seguidas e não perde há nove jogos e o
Atlético-PR saiu da zona do rebaixamento ganhando uma atrás da outra com Antônio Lopes de técnico, o Grêmio também pode. Ao menos em tese. Mesmo ainda sem ganhar fora de casa. Não pode jogar a toalha em um campeonato de tantos altos e baixos.
Por isso, é hora de os dirigentes ousarem. Contratarem. Usarem a criatividade. Reforçarem o time, enquanto os adversários perdem qualidade.Que o Inter, depois de Edu e Fabiano Eller, traga mesmo Cléber Santana. Que o Grêmio acerte com Lúcio, Leandro e outros mais. Por que está uma barbada de faturar este Brasileirão 2009.
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