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 | 10/08/2009 05h10min

O Grêmio precisa falar menos em G-4 e mais em título

Diogo Olivier, colunista online  |  diogo.olivier@zerohora.com.br


 
Tom Dib, Lancepress









Quando o Grêmio empatou com o Palmeiras em 1 a 1, escrevi que era um resultado ruim. Apesar da boa atuação e mesmo sendo fora de casa contra um adversário qualificado. Não entendia o que se comemorava, se ao não vencer a diferença para o líder do campeonato (o próprio Palmeiras) seguia em 10 pontos.

Parecia falta de ambição de brigar pelo título. Cheguei a perguntar qual Grêmio enfrentaria o Barueri, se o dos 30 minutos iniciais péssimos do Parque Antártica ou o do ótimo segundo tempo.

A derrota por 1 a 0 para o Barueri é o castigo por esta lógica errada. O Grêmio desistiu do título cedo demais. Só se vê a direção e os jogadores fazendo cálculos em  G-4.

Dentro deste contexto, empatar com o Palmeiras é mesmo um bom resultado. Depois, bastava enfim vencer a primeira fora diante do Barueri e derrotar o Flamengo no Olímpico, já que o aproveitamento em casa é espetacular. Em tese, para efeito de G-4, perfeito. Para ser campeão, péssimo.

Quem mira o título pode errar o alvo e acertar o G-4.  Mas quem mira o G-4 pode acertar da Sul-Americana para baixo.

O problema de estabelecer o G-4 como meta principal é se enredar em uma armadilha: de ir reduzindo as suas exigências no campeonato. A necessidade de contratações fica mascarada. O pensamento mágico passa a ser mais ou menos assim: "Ah, mas com este e aquele, para conquistar vaga na Libertadores, dá para o gasto. Os outros times não estão muito melhor".

Agora, com a ausência de vitórias fora de casa no primeiro turno, o Grêmio entra sob pressão diante do Flamengo e em todos os confrontos no Olímpico. Qualquer tropeço, mesmo um empate, passar a ser trágico.

É o castigo pela falta de ambição.

Que a derrota para o Barueri sirva de lição. Apesar da distância para a parte de cima da tabela, o Grêmio deve entrar o segundo turno pensando em ser campeão. Mesmo que seja quase impossível. Não importa. O objetivo tem que ser alto.

Felipe Mattione e Leandro, se vierem mesmo, são bons reforços para a lateral-direita e o ataque. Mas ainda é pouco. Em um torneio longo como o Brasileirão, é preciso estar sempre atento ao mercado para reforçar o grupo.

Sem Tcheco e Souza, como será no domingo, quem é capaz de manter um padrão mínimo de atuação? E se o argentino seguir com as dores musculares que o tiraram do segundo tempo em Barueri?

O Grêmio precisa pensar grande e falar em título, apesar dos problemas financeiros. Do contrário, pode errar o alvo do G-4 e acertar só na Sul-Americana.

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