O jogo contra o Coritiba não será decisivo apenas para a permanência do técnico Paulo Roberto Falcão: fracasso no Couto Pereira, domingo, também deve decretar a queda do vice de futebol do Inter, Roberto Siegmann. Mais: a mudança no comando do vestiário abrirá caminho para uma volta à ativa do ex-presidente Fernando Carvalho. Nos bastidores, ele desponta como favorito para o cargo de Siegmann, apesar da incerteza sobre se aceitaria a missão.

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— Siegmann e Falcão estão casadíssimos. É um amor à primeira vista. Se cair um, caem os dois — avalia um dirigente com franco acesso à política do clube.

A reformulação do comando do futebol representa o ápice de um processo de desgaste de Siegmann. Homem de posições polêmicas, criou atritos com diversos setores do clube — da oposição política ao próprio futebol. Tome-se o exemplo da saída do diretor-executivo de futebol, Newton Drummond, o Chumbinho, anunciada ontem. Ele e Siegmann discutiram de forma áspera na segunda-feira, de dedo em riste, o que precipitou o pedido de demissão — que pode ser revisado em caso de volta de Carvalho. Chumbinho e Siegmann divergiam em relação a Falcão: o primeiro o criticava, e o segundo o defendia.

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> Confira a trajetória de Carvalho, cotado para retornar:

Depois de uma longa trajetória — categorias de base, departamento jurídico e ainda direção de futebol do Inter —, Fernando Carvalho foi eleito pelo voto do associado presidente do clube para o biênio 2002-2004 (foto), depois de tentativas frustradas. Passou sufoco em seu primeiro ano ao escapar do rebaixamento na última rodada do Brasileirão. A partir do susto, livrou-se de empréstimos e contratos curtos. Apostou na base e na venda de jovens talentos.

Com mais recursos para investir, Carvalho foi reeleito e confirmou ter aprendido com os erros do passado. Priorizou contratos longos e elencos duradouros. Além do tetracampeonato gaúcho e de boas participações na Sul-Americana, o Inter chegou pela primeira vez à conquista da Libertadores e do Mundial de Clubes, em 2006 (foto). Logo após o título no Japão, já afirmado como dirigente mais vencedor da história do clube, Carvalho sai de cena. Vitório Piffero o sucedeu, herdou um elenco prestigiado, mas não repetiu o sucesso. Mesmo campeão do mundo, o time caiu na primeira fase do Gauchão e da Libertadores. Como consolo, ficou a conquista da Recopa.

Com a chegada de Tite, no meio de 2008 (foto), Carvalho retornava ao departamento de futebol, como assessor do vice-presidente de futebol Giovanni Luigi e "salvador" da pátria. Tratava-se de uma oficialização, pois já auxiliava a atual diretoria desde sua saída da presidência. Após a reeleição de Piffero, Carvalho assumiu a vice-presidência.


As vitórias pareciam acompanhar Carvalho. Assumiu o comando do futebol em 2009, e, um ano depois, comemorava o bi da Libertadores. Durante o Mundial em Abu Dhabi, recebeu um pedido do grupo de jogadores para que repensasse sua intenção de deixar o clube e seguisse na vice-presidência por mais seis meses ao menos. Pedido aceito, mas em outra função. Devido a compromissos profissionais em São Paulo, Carvalho alegou que teria pouco tempo de se dedicar à nova gestão - Luigi fora eleito presidente até fim de 2012 - e acabou retornando para o cargo de assessor de futebol. Desta vez, ficou mais distante do dia a dia e viajou apenas duas vezes com a delegação na Libertadores (na foto, em Montevidéu). 
 

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