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Apesar da intensidade do embate, Grêmio e Atlético-PR é um duelo de semelhantes. O confronto pelo G-4 opõe, na 36ª rodada do Brasileirão, duas equipes comandadas por ex-jogadores, dois clubes que começaram sua ascensão no fim do primeiro turno, dois visitantes indigestos e dois times que não ganham títulos nacionais há quase uma década.

Ex-boleiros no comando

Seus times estão com um pé no G-4, mas há outros fatores que fazem Renato e Sérgio Soares se encontrarem: ambos foram ex-jogadores. Renato, como se sabe, um dos grandes atacantes da história do Grêmio. Sem tanto brilho, o volante Soares integrou a vencedora equipe do Palmeiras de 1996, como reserva. Já como treinadores, Renato e Soares se equivalem quando se fala em títulos: em 2004, o técnico do Furacão comandava o Santo André na conquista da Copa do Brasil. Três anos depois, foi a vez do Fluminense de Renato comemorar esse título.

Arrancada no fim do 1º turno

A reação tricolor no campeonato tem um nome: Renato. Pegou um time enroscado na zona de rebaixamento, em crise e com jogadores questionados pela torcida. Estreou com vitória na 14ª rodada, alçou o time à melhor campanha do returno e ainda reabilitou nomes como Douglas, Rochemback e Lúcio.

A história do Atlético-PR é semelhante. O Furacão começou o Brasileiro com ingresso constante na zona de rebaixamento. Saiu do inferno na 10ª rodada. A arrancada, ainda sob comando de Carpeggiani, se daria mais à frente quando o time conquistaria 13 pontos em 15 disputados. Mesmo com a ida de Carpeggiani para o São Paulo, Sérgio Soares assumiu na 28ª rodada e manteve o time entre os oito primeiros, dando um salto nas duas últimas partidas.

Visitantes indigestos

Grêmio e Atlético-PR sempre defenderam muito bem os seus domínios. Neste campeonato, além de atuarem com afinco em casa, os dois times equiparam-se em ousadia: cada um venceu cinco partidas como visitante. Na 36ª rodada, é o Furacão que pode roubar pontos na estada em Porto Alegre. Mas, com nove vitórias no Olímpico e a ambição da Libertadores, o Tricolor certamente lutará para honrar a camisa diante de sua torcida.

Saudades de 2001

Quase uma década de quase-títulos, chances desperdiçadas e nostalgia. 2001 foi o ano em que Grêmio e Atlético-PR conquistaram seu último grande troféu. O Tricolor sagrou-se campeão da Copa do Brasil em cima do Corinthians - coincidentemente, sob o comando do técnico Tite. Já o Furacão venceu o Campeonato Brasileiro, seu único título nacional. Sedentos por conquistas, nenhum dos dois vai ceder facilmente a vaga para a Libertadores.

As semelhanças não mascaram a batalha continental de sábado. O gol de Paulo Baier aos 48 minutos do 2º tempo do confronto contra o Prudente amainou o ímpeto de celebração gremista e inflou o Furacão de esperança. Com os três pontos, os paranaenses chegaram, pela primeira vez no Brasileirão 2010, à 4ª posição do campeonato. O tento, porém, não obscureceu a força do Grêmio de Renato, que receberá o Atlético-PR com as chuteiras fincadas no sonho da Libertadores e dois pontos abaixo na tabela.