| 29/09/2010 18h11min
O diretor do Instituto Sensus, Ricardo Guedes, disse nesta quarta que mesmo com a recente redução nas intenções de voto na candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, a eleição deste ano deverá ser decidida no primeiro turno. Segundo a pesquisa CNT/Sensus divulgada pela manhã, os votos válidos em Dilma caíram de 57,8%, no início do mês, para 54,7% nesta semana. No entanto, para haver segundo turno a candidata teria de perder, até domingo, pelo menos 4,7 pontos percentuais para deixar de ter mais de 50% dos votos válidos.
— Esses 4,7 pontos equivalem a 6,3 milhões de votos. Em quatro dias é muito difícil haver essa mudança — disse Guedes.
Segundo o presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Clésio Andrade, a redução nas intenções de voto em Dilma pode ser explicada pela repercussão das denúncias de irregularidades na Casa Civil, ministério que era ocupado pela petista até ela deixar o governo para iniciar a campanha. Porém, como Serra também teve ligeira redução nas intenções de voto (de 26,4% para 25,6% dos votos totais), quem acabou recolhendo os dividendos da crise foi a candidata do PV, Marina Silva, que subiu de 8,9% para 11,6%.
— A queda da Dilma reflete esses escândalos citados na televisão. Nesse processo, Serra acaba não ganhando. Marina leva. É natural que a pessoa fora da discussão acabe levando vantagem — disse Clésio Andrade.
Na avaliação de Andrade, o eleitor que deixou de votar em Dilma também não optou por Serra, uma vez que, segundo ele, o eleitorado não gosta de quem ataca em campanhas eleitorais.
A partir dos dados regionais, o avanço de Marina torna-se mais evidente. No Nordeste, a candidata do PV saltou de 4,5%, entre os dias 10 e 12 de setembro, para 10,5% entre 26 e 28 deste mês. Enquanto isso, Dilma caiu de 69,2% para 62%. Serra manteve o mesmo patamar no Nordeste, oscilando de 17,2% para 17%.
Nas Regiões Norte e Centro-Oeste, Marina também teve expressivo avanço, passando de 10,8% para 17,7%. Serra caiu de 33,3% para 23,8% e Dilma, de 47,6% para 40,9%.
No Sudeste houve poucas mudanças no cenário. Dilma e Serra subiram ligeiramente, mas dentro da margem de erro. A petista passou de 44,1% para 44,8% e Serra, de 26,9% para 27,2%. Marina recuou no Sudeste, de 11,2% para 10,9%. Na Região Sul, Dilma oscilou negativamente de 34,9% para 34,3%. Serra subiu de 36,1% para 39,4% e Marina, de 8,9% para 9,3%.
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