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Autor do segundo gol do Inter contra o Prudente, o atacante Leandro Damião surpreendeu ao sacar um bigode da lateral do calção e colocá-lo no rosto durante a comemoração. Foi uma lembrança ao pai, Natalino, que mora no Jardim Ângela, em Santo Amaro. O jogador só falou com Natalino, por telefone, quando saía do vestiário do Beira-Rio carregando uma mala vermelha com o nome escrito à caneta. O sorriso ocupou todo o rosto do jogador de 21 anos.

– Foi para você, né? Viu o bigodão?

Damião era só sorrisos, mesmo. Pouco antes, havia concedido entrevista a ZH enquanto conversava com amigos e segurava um pôster com o gol marcado na final da Libertadores. O pai também falou com a reportagem, por telefone, direto de São Paulo. Natalino, 49 anos, faxineiro, assistiu ao jogo na casa de um sobrinho, no Jardim Caiçara.

– Chorei muito quando ele disse na TV que o gol era para mim. Chorei demais, mesmo. Bem mais do que quando ele fez o gol na final da Libertadores. É um menino de ouro – emocionou-se Natalino.

Feliz pelo filho, disse que não deseja nada diferente disso – mesmo que o sucesso possa representar ganhos na condição financeira da família:

– A vida ainda não melhorou para nós, mas não importa. Não quero carro, casa ou dinheiro do meu filho, quero vê-lo feliz. E sei que ele está feliz no Inter.

Zero Hora – Por que a homenagem com o bigode, Leandro?

Leandro Damião – Meu pai (Natalino) veio aqui no vestiário faz um mês. Colocaram o apelido de bigode. Foi o Taison. O pai tem um bigodão...

ZH – Como foi para fazer o bigode?

Damião – Peguei um cadarço e esparadrapo. O velho deve ter morrido quando viu (risos). Fiz antes do jogo e coloquei na lateral da sunga.

ZH – Alguém da família já ligou?

Damião – Ninguém. Nem deu tempo... Tive que dar entrevistas depois do jogo.

ZH – Você costuma fazer homenagens, certo?

Damião – Foi a primeira para o meu pai. As outras foram para a minha esposa. É o coração, direto.

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