As duas principais forças do futebol gaúcho duelarão pela 382ª vez neste domingo, pela 12ª rodada do Brasileirão. A gangorra pende para o lado do Inter, que joga em casa. Conta a favor do Grêmio o fato de o treinador colorado, Celso Roth, escalar um time misto, preocupado com o embate de quinta com o São Paulo pelas semifinais da Copa Libertadores. Mas, como manda a tradição do Estado, não há favoritos e nem azarões para o confronto marcado para as 16h (horário de Brasília) no Beira-Rio. Afinal, é Gre-Nal.

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Quem ganha o Gre-Nal?
"Gre-Nal é sempre um jogo imprevisível. O Inter atravessa um ótimo momento com Celso Roth, enquanto o Grêmio está em crise, na zona do rebaixamento do Brasileiro. O Inter anuncia reservas e isso equilibra o clássico. Peço a ajuda do polvo Paul."
Nando Gross, comentarista da Rádio Gaúcha.

Mistão colorado

Apesar de não contar com seus principais jogadores, o Inter terá uma grande atração: o ídolo Rafael Sobis, que participou dos últimos minutos da vitória de 1 a 0 sobre o São Paulo nesta quarta. Ele recém chegou ao clube e volta de lesão. Sai jogando pela segunda vez desde que foi repatriado – participou da vitória por 1 a 0 sobre o Flamengo.

A dupla de zaga será a mesma de grande parte da Libertadores 2006: Bolívar e Fabiano Eller. Depois de assustar a torcida com um passe que por pouco não foi interceptado por Fernandão, no jogo com o São Paulo, Renan deve voltar para baixo das traves vermelhas. Entre os volantes, Sandro deve sair jogando. Guiñazu foi relacionado, e deve ficar no banco. O resto do time deve ser formado por reservas.

O que esperar do mistão do Inter?
"Dá para esperar um grande empenho dos jogadores colorados. Afinal, estão ganhando uma oportunidade extraordinária logo num clássico. Tenho curiosidade sobre o que possa render, enfim, Wilson Matias, jogador que até hoje deu resposta bem inferior ao esperado quando de sua contratação."
Maurício Saraiva, comentarista da TVCOM

Tricolor com Souza e Hugo nas alas

Vindo de um empate em 2 a 2 com o Cruzeiro, o Grêmio terá novamente o esquema 3-5-2, com Maylson atuando como ala pela direita. Ele será o titular ao menos por enquanto, já que o meia Souza está retornando para ser opção para o setor. O lado esquerdo deve ser ocupado por Hugo.

Anima os tricolores a presença de Rodriogo, o zagueiro que anotou o primeiro gol da vitória por 2 a 0 no último Gre-Nal do Beira-Rio, na ida pelas finais do Gauchão. Ele compõe a zaga com Oséia e Rafael Marques.

A função de armador será de Douglas, que se envolveu em uma polêmica por afirmar que quer jogar com a "bola no pé" e ouvir, do técnico Silas, que terá de "correr atrás dela também". É dele a missão de municiar a dupla ofensiva, formada por Jonas e Borges.

Gangorra na tabela

O Colorado ocupa uma situação confortável na tabela do Brasileirão. O quarto lugar com 19 pontos permite que a equipe se poupe para a decisão da Libertadores. Porém, um tropeço em casa pode significar a saída do G-4. Já o Grêmio está em situação alarmante: é o 18º colocado, com 11 pontos, na zona do rebaixamento. Não pode perder.

O clássico será destrutivo para quem perder?
"Para o Grêmio seria mais, porque o Inter está com gordura. Além disso, está preocupado com o São Paulo, a ponto de colocar time misto. Se perder, era pensando no São Paulo. O Grêmio deve descer ainda mais na zona do rebaixamento e adiará sua decisão. Terá mais a questão local de deixar o clima pesado, de repente o técnico cai. Para o Grêmio, é tragédia perder. Para o Inter, não."
David Coimbra, editor de Esportes de ZH

Duelo de técnicos

Pela primeira vez, Celso Roth e Silas se enfrentam em clássicos. O treinador do Inter tem retrospecto equilibrado: sete vitórias, seis empates e seis derrotas. Seria melhor não fossem as quatro derrotas e três empates nos últimos sete disputados. Já Silas tem duas derrotas e uma vitória. O resultado positivo, no entanto, foi significativo: os 2 a 0 em pleno Beira-Rio encaminharam a conquista do Gauchão 2010.

Quem é o melhor técnico?
Os dois são bons técnicos. Claro que o Roth faz, agora, um trabalho mais aplicado e com resultados mais objetivos. Silas, curiosamente, depois de um bom período inicial, ficou com o time oscilando muito. Ele tem que retomar aquele jogo que teve uma vez. Mas são dois bons técnicos.
 Ruy Carlos Ostermann, colunista de ZH

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