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 | 20/07/2010 10h04min

Meia Caio supera drama pessoal com alegria e bom futebol no Avaí

Autor de dois gols contra o Palmeiras, atleta sofre com filha no hospital

Jean Balbinotti  |  jean.balbinotti@diario.com.br

Toda vez que o Avaí se supera dentro de campo, uma cantoria ecoa forte nas arquibancadas da Ressacada: "Guerreiro, guerreiro, time de guerreiros". A identificação do torcedor combina bem com o momento pelo qual atravessa o meia Caio. Autor de dois gols na partida contra o Palmeiras, o jogador vive um drama pessoal.

Sua filha mais nova, Larissa, de três anos, está hospitalizada há 15 dias. Na semana passada, Larissa chegou a ser transferida para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) devido ao agravamento de uma pneumonia. O quadro de saúde era considerado grave e Caio não se abateu. Ele manteve a esperança e a menina se recuperou. Hoje, ainda está sob cuidados médicos, mas deve deixar o hospital e voltar para casa ainda nesta semana.

— Enfrentei grandes dificuldades nos últimos dias. Minha filha ficou muito doente, o Emerson (zagueiro e melhor amigo) perdeu a dele (Letícia, que nasceu prematura e não resistiu), então, as coisas aconteceram tudo ao mesmo tempo. Mas Deus nos abençoou de uma maneira muito bonita, prazerosa, e agora a felicidade é imensa — destacou.

A dedicação do jogador é tamanha que, em momento algum, Caio deixou de treinar ou cogitou pedir licença. Encarou com bravura o desafio, como um verdadeiro guerreiro, e foi recompensado. Sua atuação contra o Palmeiras repercutiu no país inteiro, e chamou a atenção do técnico Luiz Felipe Scolari, que lhe cumprimentou na saída de campo.

— O Felipão me deu os parabéns e comentou que tínhamos feito um grande jogo, que deveríamos continuar assim — lembrou.

Pequeno no tamanho (Caio mede 1m69cm de altura e pesa 62kg), ele tem sido, sem dúvida, um gigante dentro de campo. Nos 90 minutos do jogo com o Palmeiras, Caio correu por todos os lados, marcou com valentia, armou jogadas de ataque e ainda teve fôlego para balançar as redes. Não bastasse isso, o meia também ajudou o árbitro Leonardo Gaciba, que, de forma atrapalhada, deixou cair no chão o lápis de anotações e o cartão amarelo.

— Foi engraçado. O Gaciba deixava as coisas dele cair e eu as juntava. Ele até falou pra mim: "Pô, hoje (domingo) você está correndo atrás de mim e catando as minhas coisas." Aí eu respondi: "Eu não. Você é que está deixando elas caírem perto de mim." 

Portanto, é bom ficar atento. Com Caio em campo, nada passa despercebido pelo seu olhar. Muito menos a bola.

DIÁRIO CATARINENSE
 

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