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 | 09/10/2009 04h26min

Campanha mediana do Grêmio desanima torcedor

Trabalho de Paulo Autuori recebe críticas, especialmente pelo estilo que foge ao que sempre marcou o clube

Luís Henrique Benfica  |  luis.benfica@zerohora.com.br

Já são quase cinco meses desde a chegada ao Grêmio, dia 18 de maio. Período insuficiente para fazer de Paulo Autuori uma unanimidade entre os torcedores. O debate sobre seu estilo se inflama à medida que o afastamento do G-4 se consolida. Embora reconheça que só as vitórias sustentam um trabalho, o técnico não abre mão de montar, também, uma base para o próximo ano.

Aí começam as divergências. Apesar do currículo vencedor, em que se destacam dois títulos de Libertadores da América e um Mundial de Clubes. A estatística é desabonadora. Em 30 jogos, o aproveitamento é 47,77%. O número de derrotas é quase tão grande quanto o de vitórias nove a 11. Falta ao Grêmio uma identidade de jogo, condenam os críticos.

Conforme o jornalista Ruy Carlos Ostermann, colunista de Zero Hora e comentarista da Rádio Gaúcha, o time padece de “mediania negativa, que anula a campanha”. A precisão da observação é respaldada pelo número de empates, 10.

O ex-presidente Paulo Odone ficaria satisfeito se o Grêmio jogasse com a determinação do Palmeiras de Muricy Ramalho. Ou como o São Paulo, de Ricardo Gomes.

– Contra o Náutico, com dois jogadores a menos, o São Paulo pegou como um louco. Autuori está numa contradição entre o futebol mais solto e o de pegada – avalia Odone.

Diretor de redação da revista Placar, Sérgio Xavier Filho não localiza na falta de pegada o problema. O jornalista não perdoa o técnico por não ter encontrado uma solução para o “problema Souza”.

– Ele decide nas bolas paradas, mas some com a bola andando. Virou referência quando deveria ser mais um – critica.

Nem tudo são críticas. Até quem condena o treinador reconhece que Mário Fernandes foi uma boa descoberta como lateral-direito. E que o crescimento de Jonas se dá devido às orientações do técnico. O meio-campo é tema controverso. Há quem apoie a ideia de dois volantes móveis. Outros aplaudem a volta de Tulio, cuja presença contra o Atlético–PR deu segurança defensiva.

– Confio na Libertadores. Quem está na nossa frente terá confronto direto entre si. Pegaremos Palmeiras e São Paulo no Olímpico. Vamos decidir nosso destino na penúltima rodada contra o Flamengo, um adversário direto – aposta o ex-presidente Fábio Koff.

Mesmo que a vaga não seja obtida, terá valido a pena investir em Paulo Autuori, conclui Paulo Roberto Falcão, colunista de Zero Hora e comentarista da Rede Globo. O técnico, lembra Falcão, foi contratado para um trabalho de dois anos. Quando 2010 começar, ele já terá um quadro completo das dificuldades do time.

Os números

- Em 30 jogos, Paulo Autuori repetiu apenas uma vez a mesma formação. Foi nos jogos contra o Cruzeiro (empate em 2 a 2 pela Libertadores) e na goleada de 4 a 1 contra o Atlético–PR, três dias depois

- A estreia foi dia 24 de maio, na vitória por 2 a 0 sobre o Botafogo, no Olímpico

- Apenas no quinto jogo, no empate sem gols contra o Fluminense, no Maracanã, adotou o 4-4-2, seu esquema favorito

- Autuori nem sempre foi fiel ao sistema de dois volantes móveis. Em muitos jogos, utilizou Tulio na contenção e Adilson mais adiantado. Até Réver foi usado algumas vezes na primeira função.

ZERO HORA
 

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