| 23/09/2009 05h30min
Só há um motivo para os colorados manifestarem algum apreço pelo jogo de hoje contra os chilenos do Universidad. Se ele for encarado como preparação para o Flamengo, domingo, tudo bem. Fora disso, a importância da Copa Sul-Americana este ano é zero. Se a Conmebol permitisse, melhor seria fechar os portões do Beira-Rio e transformá-lo em treino secreto. Quem sabe até usar jalecos em vez de uniforme oficial.
O que importa hoje é o Mineirão. É ali que
vai se decidir algo relevante para o Inter. Se o Palmeiras perder para o Cruzeiro, um resultado nada improvável, os colorados podem entrar a semana se
jactando com a liderança do Brasileirão.
Será preciso vencer o Flamengo, é claro. E também torcer para o mesmo Palmeiras e o São Paulo não ganharem seus jogos na rodada. Não é tão simples assim, mas está longe de tratar-se de uma combinação lunática que implique em reza forte e afins. O Palmeiras enfrenta o Atlético-PR em casa. O São Paulo pega o Corinthians, ávido para se recuperar da surra de 4 a 1 aplicada pelo Goiás no Pacaembu. E os clássicos, além de imprevisíveis, podem desarrumar a casa.
Neste contexto todo, portanto, há um fato irrevogável: o primeiro passo para o Inter ter alguma chance de ser líder no fim de semana é a história que será contada hoje no Mineirão. Por isso o jogo no Beira-Rio contra o Universidad não passa de treino.
Até o uso dos titulares é uma decisão temerária. Se o Inter não estivesse tão instável no campeonato, precisando testar mudanças urgentes, diria que usar qualquer
jogador da equipe principal seria um erro de avaliação do
tamanho do quadro social colorado. Algo próximo a um atentado terrorista contra a meta principal do ano: ser campeão brasileiro 30 anos depois. Mas, como há urgência de testar um esquema capaz de estancar a sangria de gols — 32 em 25 partidas — e recuperar a confiança perdida nas duas derrotas seguidas, para Cruzeiro e Vitória, até se justifica o uso de titulares.
Ainda assim, é um risco. Com Giuliano na seleção sub-20, Magrão vendido ao Al-Wahda (Emirados Árabes) e Sandro convocado por Dunga amanhã, qualquer lesão no meio-campo ganha contornos de caminho sem volta.
Vale a pena arriscar tanto em um jogo desimportante como o de hoje? Quem seriam os substitutos? Glaydson, Wagner Libano? Atirar no meio do tsunami uma promessa como Marquinhos? E no ataque? Se Tite ainda não se decidiu por Taison ou Edu (foto), como ficaria a situação em caso de perda de Alecsandro? Há outro centroavante no Beira-Rio em
condições? Como se vê, é arriscado.
Ah, e antes que alguém me condene por desmerecer a Copa Sul-Americana, me adianto: não é nada disso.
O título do ano passado foi importante e deve ser valorizado, na medida em que teve o Estudiantes na final. O mesmíssimo Estudiantes agora campeão da Libertadores. Sem falar na mídia farta que as fases decisivas oferecem e a oportunidade de disputar outra taça, a Recopa.
É justamente por este motivo que a Sul-Americana de 2009 não importa. O Inter já tem este título. Os outros que corram atrás. O Inter tem que pensar no tetra brasileiro.
O primeiro passo para ser campeão brasileiro é alcançar a liderança. E o topo só poderá ser alcançado contra o Flamengo se uma primeira condição restar satisfeita: a derrota do Palmeiras para o Cruzeiro. Agora responda você: o que vale mais esta noite, o Inter contra o Universidad ou as notícias do
Mineirão?
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