| 25/06/2009 17h29min
O presidente do Cruzeiro, Zezé Perrella, divulgou uma carta no site oficial do time mineiro, na tarde desta quinta-feira, defendendo o clube das denúncias da diretoria do Grêmio e do técnico Paulo Autuori de que teria "provocado tal situação com o intuito de desestabilizar os adversários" no episódio que envolveu a acusação de racismo de Elicarlos ao argentino Maxi López.
O mandatário, segundo o globoesporte.com, falou em "um enorme erro" e se diz contra qualquer "clima de guerra que coloque em risco a segurança" da delegação e torcedores do time mineiro no jogo de volta da semifinal da Taça Libertadores, na próxima quinta, em Porto Alegre.
Abaixo a carta na íntegra:
"O Cruzeiro Esporte Clube sempre teve o melhor relacionamento com o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. Relacionamento esse cordial e de respeito mútuo. Mas os questionamentos irresponsáveis feitos após o primeiro jogo da semifinal da Copa Santander Libertadores
não podem ser aceitos para o bem do esporte".
"A reprovável discriminação sofrida pelo jogador Elicarlos, temos certeza, não é aceita por ninguém em nosso país, nem mesmo pelo simpático e educado povo do Rio Grande do Sul. A diretoria do clube gaúcho e seu treinador, ao acusarem o Cruzeiro de provocar a confusão no estádio Mineirão, cometeram um enorme erro".
"A denúncia de racismo feita por Elicarlos ocorreu em um lance registrado pelas câmeras de televisão de várias emissoras. Em uma discussão no meio do primeiro tempo, o atacante argentino Maxi Lópes ofendeu o jogador do Cruzeiro, o chamando de "macaquito". A reação de companheiros de Elicarlos comprova o absurdo desse caso. O meio-campo Wagner chegou a bater no próprio braço, em um sinal de que não aceitaria tamanha discriminação preconceituosa".
"Mas Elicarlos, assim como todos os integrantes da diretoria e comissão técnica, entenderam que o melhor seria esperar pelo fim da partida para que o jogador ofendido pudesse se manifestar como um
cidadão honrado. A decisão de se
dirigir a uma delegacia de polícia para registrar a queixa foi tomada por um homem de origem simples e humilde, um direito que não pode ser tirado de nenhum ser humano".
"Mesmo assim, agora estamos sendo acusados de termos provocado tal situação com o intuito de desestabilizar os adversários. Ora, se fosse nosso objetivo tirar proveito de uma barbaridade como essa, teríamos feito no intervalo do jogo, exigindo que o agressor fosse detido no vestiário. Depois de uma partida, na qual saímos vitoriosos, que benefício poderíamos tirar com uma ocorrência policial em estádio de futebol?"
"As cenas lamentáveis de bate-boca, insultos e atritos entre integrantes da delegação do Grêmio e autoridades policiais no Mineirão não teriam ocorrido se o jogador Maxi Lópes tivesse seguido diretamente do vestiário para a delegacia, evitando constrangimentos para os companheiros".
"Quanto ao senhor Paulo Autuori, respeitado e competente treinador, com três dignas
passagens pelo Cruzeiro Esporte Clube,
fica a pergunta: alguma vez ele participou ou testemunhou qualquer armação por aqui para que o mesmo agora se sinta no direito de fazer descontroladas acusações contra a nossa diretoria?"
"O que fica parecendo aos olhos de quem acompanhou todos esses absurdos é a intenção de pessoas provocarem um ambiente de hostilidade em Porto Alegre na segunda partida, programada para semana que vem. O Cruzeiro Esporte Clube não aceita que seja criado nenhum clima de guerra que coloque em risco a segurança de nossa delegação e torcedores".
"Em Belo Horizonte, tivemos a preocupação, como é de nosso costume nos jogos em Minas Gerais, dar total garantia aos gaúchos durante a permanência de todos na capital mineira. Esperamos também que esse caso fique e seja decidido apenas na esfera judicial. Caberá a pessoas competentes definir o desfecho deste episódio lamentável".
"Zezé Perrella
Presidente do Cruzeiro Esporte Clube"
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