| 14/06/2008 19h25min
O maior jogador da história do Inter deixou Porto Alegre neste sábado às 19h rumo ao Catar, onde jogará no Al-Gharafa a partir de 1º de julho. Fernandão, 30 anos, embarcou na companhia do empresário Jorge Baideck, responsável pelas negociações. O capitão retorna na quarta-feira a Porto Alegre. Ficará no Oriente Médio apenas o tempo suficiente para fazer exames médicos e assinar contrato de dois anos.
A mudança em definitivo será providenciada na semana que vem. Lá, o salário mensal será de R$ 250 mil. Como era detentor de 50% dos próprios direitos federativos — a outra metade era do Inter —, Fernandão embolsou, à vista, R$ 4,4 milhões. Ao todo, o ex-camisa 9 colorado foi negociado por R$ 8,8 milhões.
— É um até breve.
Serei sempre torcedor do Inter, onde quer que eu vá. Depois do que eu passei
aqui e da forma como Porto Alegre me acolheu, nem poderia ser diferente. Vou viver aqui para sempre, isso é certo — suspirou Fernandão, sem sorrisos e com o semblante marcado por um dia de emoções fortes, com direito a choro na hora do anúncio oficial da despedida, ainda no Beira-Rio.
O capitão chegou ao aeroporto Salgado Filho por volta de 18h30min, acompanhado de seus procuradores: o ex-goleiro Taffarel e o ex-lateral-direito Paulo Roberto. A mulher, Fernanda, fez questão de dar um beijo de despedida no marido. Antes, enquanto arrumava a mala em seu apartamento no bairro Bela Vista, o telão de plasma se manteve sintonizado no jogo do Inter contra o Botafogo. Deu tempo de vibrar com o gol de Adriano, o segundo da vitória por 2 a 1, agora como simples torcedor.
No Salgado Filho, foi rapidamente cercado de torcedores. Baideck e o assessor de imprensa Marcelo Campos tiveram que apressá-lo para não perder o vôo, tal era o número de fãs em busca de um último autógrafo.
Alguns o abraçavam,
emocionados. Outros colocavam o filho pequeno em seus braços para a última foto. Na hora de entrar na sala de embarque, o momento mais emocionante. Em vez de cantar o hino do clube ou ensaiar gritos de guerra, os torcedores apenas o aplaudiram, como se fosse um tenor ao final de uma grande ária.
— Valeu, pessoal. Valeu mesmo — foi a última frase que se ouviu do maior jogador da história do Inter, agora ídolo do Al-Gharafa, do Catar.
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