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 | 30/10/2002 15h06min

Copom eleva meta inflacionária para 2003

Comitê acredita que gasolina terá reajuste de 9% até o fim do ano

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou a meta de inflação a ser perseguida para próximo de 6% em 2003, devido principalmente à inércia da inflação decorrente do avanço do dólar e dos aumento dos preços administrados. A informação esta na ata da última reunião do Comitê, divulgada nesta quarta, dia 30.

Segundo a ata, para o ano que vem, a soma de metade do impacto da inércia inflacionária e do choque primário de administrados alcança 2 pontos percentuais. A última reunião do Copom ocorreu no último dia  23, quando a taxa básica de básicos, a Selic, foi mantida em 21% ao ano.

A meta de inflação definida pelo governo para 2003 é de 4%, com uma banda de tolerância de 2,5 pontos percentuais. No entanto, o BC já havia admitido que iria mirar inflação de 5%, e não mais o centro da meta, para evitar danos ainda maiores à atividade econômica. Como o dólar manteve a trajetória de alta, e tem pressionado os preços internos, o BC decidiu elevar ainda mais a meta a ser perseguida.

O BC elevou também as projeções de aumento dos preços administrados –muitos atrelados à variação do câmbio. Para este ano, a estimativa subiu 2,4 pontos percentuais em relação ao que era esperado na reunião em setembro, para 11,6%. Já para o próximo ano, a nova projeção é de um aumento dos preços administrados de 12,1%, acima dos 7,9% projetados no mês passado.

O Copom traçou vários cenários para os preços administrados, como gasolina e gás de cozinha, que também acompanham a evolução do dólar, e que estão com os preços represados. No cenário mais conservador, o BC estima que o preço da gasolina deva aumentar até o final do ano cerca de 9%, e outros 9% no ano que vem. Para o gás de cozinha, a elevação projetada para os últimos três meses deste ano é 16,6% – dose que se repetiria em 2003.

Apesar de exibir menos volatilidade nos últimos dias, o dólar ainda acumula alta de mais de 60% frente ao real neste ano. A manutenção dos juros na semana passada veio uma semana após o Copom, em reunião extraordinária, elevar a taxa básica de 18 por cento para 21% ao ano.

 
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