Carnaval 2011 | 12/03/2011 07h03min
A improvisação tem vida curta. No Carnaval deste ano, o ditado se comprovou. Além de assustar parte do público, a deformação em três lances da arquibancada, no Sambódromo, reacendeu uma velha discussão: até quando a estrutura será montada e desmontada ao final de cada Carnaval? E a um custo tão alto?
Em oito anos, a prefeitura gastou o equivalente à metade do valor necessário para construção das arquibancadas fixas. Foram R$ 16 milhões de um total de R$ 30 milhões estimados para a entrega de camarotes e arquibancadas para 30 mil pessoas. No modelo atual, a estrutura acomoda somente 9.750 espectadores.
- Promessas não foram cumpridas
O edital de licitação (concorrência pública) para o Complexo Cultural do Porto Seco foi lançado em 2003. A inauguração parcial da obra ocorreu no ano seguinte, com promessa de conclusão em 2005. Sob as arquibancadas seriam instalados o Museu do Carnaval, auditórios e salas para espetáculos, unidade de saúde, DMLU, Centro Administrativo Regional, Brigada Militar e Corpo de Bombeiros. Nada disso foi feito.
- Show em palco improvisado
Para o Rei Momo de Porto Alegre, Fábio Verçosa, a arquibancada fixa é uma necessidade urgente.
– O nível das escolas melhorou muito, e a estrutura tem que acompanhar. O Carnaval de Porto Alegre é um grande espetáculo em um palco improvisado – comentou.
- “Poderia ter sido pior”
O presidente da escola campeã do Grupo Especial lembra que o público tem de ser tratado com respeito. Para Robson Machado Dias, da Restinga, o Carnaval atingiu um grau de maturidade elogiável, com o comprometimento das escolas e o apoio da prefeitura. Mas, para coroar o evento em ascensão, é chegada a hora de investir no conforto dos espectadores.
– Poderia ter sido pior e o espetáculo iria por água abaixo. Já está na hora de termos o equipamento definitivo – cobrou.
- um Pac para o Carnaval
O presidente da Associação das Entidades Carnavalescas, Antônio Ademir de Moraes, o Urso, vai além. Ex-presidente da Império da Zona Norte, segunda colocada este ano, Urso chega a propor um Pac (Programa de Aceleração do Crescimento, criado pelo ex-presidente Lula) para o Carnaval:
– Já tem tanto Pac por aí, tem que criar um para resolver esta situação. Uma união de prefeitura, Estado e governo federal. Acrescentaria muito para Porto Alegre.
- "Foi uma correria"
Presente com a família na arquibancada onde houve o deslizamento, a dona de casa Maria Regina Santos da Silva, 47 anos, relata os momentos de tensão vividos no Sambódromo.
– O pessoal começou a pular por causa da Restinga, que estava entrando na pista. Então, a arquibancada começou a estalar e as pessoas passaram a gritar: “vai cair, vai cair”. Os brigadianos pediram para as crianças pularem. Minha filha se jogou e machucou o rosto. Foi uma correria. Estava superlotada (a arquibancada), não dava nem para descer até o banheiro – relembra Maria.
- Prefeitura quer construir
Diante das evidências, a prefeitura decidiu que irá construir com recursos próprios o primeiro módulo da arquibancada. O secretário municipal da Cultura, Sergius Gonzaga, não sabe o valor do investimento, mas estima que o custo fique em torno de R$ 4 milhões. O módulo teria capacidade para cerca de 4 mil pessoas.
Por enquanto, o anúncio feito pelo prefeito José Fortunati é apenas uma promessa. A prefeitura não tem previsão orçamentária para autorizar esta despesa. Precisaria da aprovação de uma verba suplementar na Câmara.
Temos que ter arquibancada descente. Este ano três arquibancadas ruiram eu fui para outra e aconteceu o mesmo e no outro lado na frente da que eu estava também ruil por pouco não aconteceu uma tragédia, foi pouco falado a respeito temos que comentar para que não aconteça uma tragédia e só assim quem sabe saira o nosso tão esperado SAMBÓDROMO, tirei até foto.
Enquanto a Entidade Carnavalesca de Porto Alegre tiver compostura de Amadora, o carnaval de Porto Alegre continuará do jeito que está. A Entidade tem que mostrar porque o carnaval de Porto alegre é importante para o Estado, com projetos de turismo, por exemplo. Não somente como uma simples folia e amostras de fantasias.
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