Carnaval 2011 | 12/02/2011 00h23min
Para montar e desmontar arquibancadas, a prefeitura gastou em oito anos o equivalente à metade do valor necessário para construção da estrutura definitiva.
Desde de 2004, quando o Sambódromo foi inaugurado, até o próximo Carnaval, em março, a prefeitura terá gasto em oito anos R$ 16 milhões para montar e desmontar as arquibancadas. O valor equivale a pouco mais da metade dos R$ 30 milhões estimados para a construção definitiva da estrutura para o público no Carnaval.
No ano passado, o prefeito José Fogaça chegou a anunciar o fim da novela, com início das obras previsto para 2011. Mas, até agora, o que se viu foram apenas cenas dos próximos capítulos. O convite para fazer o projeto feito a Paulo Mendes da Rocha, um dos principais e mais premiados arquitetos brasileiros, foi um namoro que terminou sem casamento.
- Ideia não saiu do papel
Ao saber da intenção do município, o proprietário da empresa responsável pela construção do Complexo Cultural do Porto Seco exigiu que as arquibancadas fossem construídas por eles. Diante do impasse, e da falta de parceiros na iniciativa privada, a prefeitura recuou e o projeto continua uma ideia que não saiu do papel.
Esta semana, como faz todos os anos, a reportagem registrou o trabalho dos operários. A pista e o entorno dela começam a ganhar forma, cores e sons. Se parte da estrutura estivesse pronta, como fora previsto na licitação (concorrência pública) realizada em 2003, aquela pilha de tábuas de madeira, colunas de ferro e aço e milhares de parafusos não seriam mais necessários. A arquibancada de concreto ainda é um sonho distante para os milhares de torcedores das escolas de samba da Capital.
- Prefeitura aguarda parecer
A Secretaria Municipal da Cultura até tentou, mas teve o pedido de recursos para a construção da arquibancada e camarotes negado, em 2007, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Segundo a secretária em exercício, Ana Fagundes, o convite ao arquiteto foi uma tentativa de aproveitar o reconhecimento profissional do artista para atrair empresas interessadas na obra, o que não ocorreu.
- R$ 15 milhões do Pac
– O arquiteto não mandou proposta de valores. Então se optou por fazer um estudo de readequação com a empresa que fez o projeto original –explica Ana.
A prefeitura disputa, agora, uma verba de R$ 15 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (Pac) do Turismo.
– Não veio uma resposta ainda. Estamos aguardando – concluiu Ana.
- Uma longa polêmica
1988: o então prefeito Alceu Collares lança a pedra fundamental do Sambódromo na Avenida Augusto de Carvalho, no Centro.
1995: um mandado de segurança impede que o projeto de construção junto ao Parque Maurício Sirotsky Sobrinho vá à votação na Câmara de Vereadores. É cogitada, então, a construção do Sambódromo numa área da Rede Ferroviária Federal (junto à Rua Voluntários da Pátria). A ideia não vinga.
1997: a prefeitura escolhe a área do Parque Marinha do Brasil, perto do Estádio Beira-Rio.
1998: uma liminar impede a construção da pista ao lado do estádio.
2000: a prefeitura sugere uma área na foz do Arroio Dilúvio, mas a ideia, novamente, não vinga.
2002: são propostas três áreas: Restinga, Humaitá e Porto Seco. A prefeitura opta pelo Porto Seco.
2003: a prefeitura anuncia a licitação para o projeto do Sambódromo. A previsão era de que toda a estrutura estivesse pronta em 2005.
Em maio de 2003, a prefeitura anuncia que precisa de parcerias.
Desde então, as arquibancadas e os camarotes permanecem sendo montados e desmontados a cada Carnaval.
DIÁRIO GAÚCHOAs escolas de samba e a população de Porto Alegre não podem desistir deste sonho. Eu acompanho pela internet o crescimento do carnaval de Porto Alegre, na minha opinião, os desfiles das escolas de samba de Porto Alegre pode ser uma mina de dinheiro para a capital gaucha. Com o crescimento do carnaval de Porto Alegre, as escolas fazendo desfiles cada vez mais bonitos começara a atrair turistas da Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile, porque sairia mais baratos ir a Porto Alegre para assistir aos desfiles do que ir a São Paulo ou ao Rio, já que Porto Alegre esta mais próximo. Sendo assim não entendo o porque esse sambódromo ainda não saiu do papel, para mim e pensar pequeno.
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