O frio tem efeitos imediatos no nosso corpo, que se esforça para manter a temperatura interna entre 36ºC e 36,7ºC.
Pele
A pele acaba ficando ressecada, tornando-se mais sensível. Por isso, é importante tratá-la bem: passar hidratante pelo corpo e protetor solar (sim, mesmo no inverno!) ajuda a manter o órgão bem tratado.
Procure não esquentar demais a água do banho nem demorar muito no chuveiro. Quanto mais longo o banho e mais alta a temperatura, mais a pele fica prejudicada.
Cuidado com
o choque térmico
Sair de um carro com ar-condicionado ligado e dar de cara com o vento frio da rua, por exemplo, é um baque para o organismo. Esse "susto" é chamado de choque térmico. Evite essa pegadinha acostumando-se à temperatura ambiente antes de enfrentá-la, desligando o ar minutos antes de sair.
Extremidades
É em locais do corpo onde o sangue leva mais tempo para chegar que o frio aporta primeiro.
Ficar com mãos e pés gelados pode ser comum no inverno, mas esse frio nas extremidades é um indício de que é preciso se esquentar.
Dica: use luvas, gorros e mantas para proteger o corpo em dias muito frios, especialmente se estiver na rua. Evite, também, sair de casa com o
cabelo molhado.
Lábios
Causado por um conjunto de fatores que inclui baixas temperaturas, vento forte e clima seco, ou ainda pela falta de vitaminas do complexo B, o ressecamento pode ser evitado com o uso de protetor labial. Se as fissuras já apareceram, é bom usar cremes reparadores ou a boa e velha manteiga de cacau.
Dica:
se a boca estiver muito seca, não se engane com a alternativa mais óbvia para hidratá-la: o uso da saliva, em vez de ajudar, só irrita mais os lábios. Prefira tomar água se não tiver alguma solução à mão para o problema.
Doenças mais comuns
e como evitá-las
Resfriado: menos grave que a gripe, traz incômodos como congestão nasal, dores e espirros. Costuma durar pouco, e pode ser tratado com medicamentos, repouso e boa alimentação
Gripe: muitas vezes caracterizada por febre alta, dores musculares, na garganta e na cabeça, além de coriza e tosse seca, a gripe dura mais tempo e pode exigir atenção médica
Alergias: crises alérgicas como a asma e a rinite também apresentam sintomas com mais frequência no inverno. Para evitá-las, é bom manter a casa e o ambiente de trabalho limpos e arejados
Hipotermia: causada pela exposição prolongada ao frio, quando a temperatura corporal cai para menos de 35ºC, a hipotermia pode ser evitada mantendo-se a pessoa aquecida. Para tratar o problema, são recomendadas, além do aquecimento, a ingestão de bebidas quentes e a movimentação do corpo
Doenças cardíacas: com as baixas temperaturas, os vasos sanguíneos se comprimem, aumentando o risco de um ataque cardíaco em pessoas predispostas. Manter-se agasalhado contribui para afastar o problema
Pessoas diferentes,
frios diferentes
Homens e mulheres
De maneira geral, as mulheres sentem mais frio porque costumam ter menos massa corpórea que os homens,
além de um metabolismo, normalmente, mais lento.
Crianças, adultos e idosos
Enquanto as crianças ainda estão desenvolvendo seu metabolismo, o corpo dos idosos já passou pela sua fase mais ativa. Assim, os organismos dos mais jovens e dos mais velhos combatem o frio com menos eficiência que no caso
dos adultos.
Gordos e magros
O tecido adiposo funciona como um isolante térmico, aumentando a resistência ao frio. É por isso que pessoas com mais massa corporal sentem menos os efeitos do inverno.
Não é só gula esta vontade de comer mais no inverno: para manter a temperatura corporal, o corpo realmente gasta mais energia no frio, e por isso precisamos nos alimentar mais. Opções não faltam. Chocolate quente, quentão, massas, sopas, vinhos... todas opções bastante calóricas, que não falham na tarefa de garantir mais energia. Mas atenção: a energia extra necessária não significa que se pode aumentar consideravelmente a ingestão de comida.
A estimativa é que 200 calorias diárias a mais bastam para dar conta do trabalho, o equivalente a duas taças de vinho e 20 pinhões.
Para se esquentar
Sopas têm a cara do inverno e são muito recomendadas por nutricionistas. Fique atento, porém, para não exagerar: a partir do momento em que se insere carne, queijo, batata, ela deixa de ser uma alternativa pouco calórica, ainda que acumule nutrientes.
- Alimentos refogados e bebidas quentes, como leite e chá, são bem-vindos.
- O consumo de alimentos frios, por incrível que pareça, pode fazer o corpo se esquentar. Quem está bem agasalhado e come um picolé acaba fazendo o corpo trabalhar para se aquecer.
Para não cair em uma fria
Não deixe de consumir frutas e verduras: elas podem não ser tão atraentes no inverno, mas também são capazes de acompanhar pratos quentes e indispensáveis em qualquer época.
Consuma água, ela ajuda a combater o ressecamento da pele, comum em dias frios e de baixa umidade.
Para aumentar a imunidade
A vacina não é a única aliada na busca por um sistema imunológico mais forte, capaz de afastar doenças comuns no inverno.
Capriche na ingestão natural de vitamina C, que estimula a resistência do corpo. Frutas como acerola, laranja, abacaxi e bergamota são ricas nesse nutriente.
Garanta a ingestão de vitamina A, presente em alimentos como cenoura, couve, espinafre e manga. Ela contribui para o bom funcionamento do sistema imunológico.
Não faz diferença se você prefere usar várias roupas leves ou algumas pesadas: o importante é se proteger.
A maneira mais cômoda é você que escolhe.
Acessórios típicos do inverno, como gorro, manta, luvas e meias de lã, são importantes para manter algumas das partes mais sensíveis do corpo aquecidas. Mãos frias significam corpo gelado.
Se o ambiente estiver quentinho, não há problema em usar menos roupas. Mas prepare-se adequadamente se for sair, deixando aos poucos o calor artificial e aquecendo o próprio corpo.
Em dias de chuva, procure usar roupas impermeabilizantes.
Para evitar a exposição direta do corpo às baixas temperaturas, vale apostar em ambientes fechados, como as academias, campos indoor e a própria casa.
A dica de quem não deixa os exercícios de lado em nenhuma época do ano é incluí-los na rotina para que não haja sensação térmica ou chuva capaz de desencorajar.
O professor de Educação Física André Luiz Estrela recomenda já dormir com parte da roupa de treino no corpo e com a mente focada para que não se perca de vista o objetivo.
Para quem ainda não se convenceu, aí vai mais um incentivo: como o corpo, diante de um ambiente gelado, demora mais a se esquentar, acaba gastando mais energia em dias frios. Estima-se que o gasto calórico seja até 30% maior ao se exercitar no inverno.
CORPO
ALIMENTAÇÃO
VESTUÁRIO
EXERCÍCIOS
Fontes: Anderson Spohr Nedel, professor de biometeorologia humana na Universidade Federal de Pelotas (UFPel); André Luiz Estrela, professor de educação física; Frederico Vieira, coordenador do Grupo de Estudos em Biometeorologia da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR); Gustavo Pinto Corrêa, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia no RS (SBD-RS); Maribel Gonçalves de Melos, nutricionista funcional; Sergio Brodt, médico intensivista e chefe do Serviço de Medicina Interna do Hospital Moinhos de Vento