A VIDA DEPENDE DELAS
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A roupa especial protege das picadas e a fumaça é usada para espantar as abelhas enquanto as lâminas da colmeia são recolhidas
Albert Einstein certa vez observou: “Quando as abelhas desaparecerem da face da Terra, o homem terá apenas quatro anos de vida”. Exageros à parte, elas têm uma função primordial no meio ambiente muito além da produção do mel. As abelhas respondem pela polinização de 75% dos vegetais no mundo. – Elas fazem a polinização de plantas que têm o pólen pesado, que o vento não consegue transportar, como é o caso de maçã, pera e ameixa – explica Ivanir Cella, da Epagri. As abelhas garantem 85% da polinização da maçã, por exemplo, uma das principais culturas da Serra e do Meio-Oeste catarinense. Por isso, há um trabalho conjunto dos produtores da fruta com apicultores, que alugam caixas de abelha entre agosto e setembro. Nessa época, cerca de 20 mil colmeias são levadas a regiões produtoras de maçã e ficam cerca de 15 dias no pomar. A atividade não ajuda na produção de mel, mas é uma fonte complementar de renda para os apicultores. Segundo o presidente da Faasc, Nésio Medeiros, a prática cresce no Estado, mas ainda é incipiente se comparada a outros países. No Chile e nos Estados Unidos as abelhas são criadas apenas para polinização.
97% do mel exportado em SC é orgânico
35 colmeias 
por produtor no Oeste
500 colmeias por produtor é a média no Sul do Estado
12% do mel no Brasil 
é produzido no Estado
MORTALIDADE AINDA É BAIXA EM SC
O professor do Centro de Ciências Agrárias da UFSC Afonso Inácio Orth estuda as abelhas há 35 anos. Ele analisou períodos de elevada mortalidade dos insetos, como entre 2011 e 2012, quando apiários do Planalto Norte perderam cerca de 90% das colmeias. A morte dos insetos é frequente e ocorre em torno de 10% dos apiários, principalmente no inverno. Mas não é confirmada a associação dessa mortalidade com a chamada “síndrome do colapso das colmeias”, descrita nos Estados Unidos em 2005, em que abelhas adultas abandonam a colmeia. – Na última safra tivemos a perda de muitas colmeias, mas foi devido às condições climáticas, com muita chuva, que praticamente mataram as abelhas de fome, pois elas não podiam sair para visitar as flores e recolher néctar e pólen – explica. Segundo Invanir Cela, da Epagri, apesar de ser um inseto muito resistente, alguns cuidados são essenciais para evitar que os ninhos das abelhas diminuam drasticamente, como não submetê-las aos excessos de agrotóxicos, evitar perdas de pasto apícola e interferências no habitat.