A evolução
Além de prejuízos e vítimas,
o fenômeno que assolou o litoral gaúcho e catarinense
provocou divergências e perplexidade entre meteorologistas.
Um dia após os ventos terem atingido 150km/h - velocidade
incomum para ciclones - foi confirmado em nota técnica de
centros meteorológicos que não se tratava de um furacão.
Em conjunto, Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos
(Cepetec), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e Instituto
Nacional de Meteorologia (Inmet) classificaram o fenômeno
de clicone. O fenômeno é formado em águas frias
e tem temperaturas baixas no núcleo, com ventos que giram
no mesmo sentido desde a superfície até altos níveis.
Como se formou
O fenômeno, que se formou a partir
de uma frente fria comum que cruzou o mar, começou a ser
observado na sexta-feira, no Oceano Atlântico, quando estava
a 480 quilômetros do litoral catarinense.
Como era intensa, a frente fria acentuou a circulação
da atmosfera, formando um redemoinho que
deu origem ao ciclone. Esse tipo de formação é
comum na região e, geralmente, causa agitação
em alto-mar. Quando fica mais próximo da costa, provoca temporais
no continente e ressaca marítima. É comum a formação
de ciclones extratropicais na costa brasileira nesta época
do ano e, por isso, não causou maior preocupação.
Como a maioria morre antes de chegar à terra, o Inpe previa
apenas ventos moderados e chuva entre fraca e moderada na região.
O que ocorreu
Por algum motivo ainda desconhecido,
o ciclone acabou apresentando um comportamento anômalo, ganhando
força e atingindo uma extensão de 800 quilômetros
e ventos de 150km/h. Em vez de se deslocar no sentido Oeste-Leste,
perdendo-se no oceano, como normalmente ocorre, o ciclone se moveu
em sentido contrário, avançando sobre a costa.
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