Impulsionado pelo bom preço das matérias-primas no mercado internacional, a economia brasileira cresceu em ritmo forte nos primeiros anos do governo petista. O Brasil era, então, o "queridinho" dos investidores. A rápida e forte recuperação após a crise global parecia confirmar as projeções mais otimistas. Mas a desaceleração da atividade econômica seguida por uma estagnação, reflexo da crescente desconfiança da iniciativa privada em relação às decisões do governo, acabou por mergulhar o país na pior recessão em 25 anos.

* Expectativa de analistas de mercado

Fonte: IBGE e Boletim Focus

O PT assumiu o governo quase uma década após a implementação do Plano Real, com a inflação já controlada, mas ainda longe do centro da meta (4%). Nos anos seguintes, conseguiu gradativamente reduzir o ritmo dos preços até chegar a 3,14% em 2006, segundo menor índice já registrado na economia brasileira. A estabilidade foi mantida até 2010, quando o incentivo ao crédito colocou mais dinheiro na economia, fazendo a inflação subir rapidamente. Para evitar uma disparada, o BC subiu o juro, e o governo segurou o reajuste de preços administrados, como combustíveis. Quando precisou liberar o aumento, a inflação atingiu patamar bastante semelhante ao encontrado pelo PT quando chegou ao Planalto.

*Acumulado em 12 meses até março

Fonte IBGE

Aprovada ainda no primeiro ano de mandado de Lula, a mudança nas regras do sistema previdenciário para o servidor público evitou que os gastos com aposentadorias causassem um rombo nas contas do governo no curto prazo. Com a nova lei, os funcionários que entraram no serviço público não se aposentariam mais com salário integral, cumprindo o teto já previsto para a iniciativa privada. Importante para redução da desigualdade, o reajuste do salário-mínimo acabou aprofundando o déficit da Previdência.  De olho na escalada dos gastos, o governo colocou em prática a regra 85/95, fórmula para tentar retardar pedidos de aposentadorias. Mas, sem apoio no Congresso, não aprovou nenhuma alteração que retardasse o movimento ascendente das despesas.

*Previsão no Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa)

O desemprego arrefeceu durante o período que petistas assumiram o comando do Planalto, chegando ao patamar mais baixo da história em 2014. Considerado uma prioridade por Dilma, a equipe econômica adotou ações para evitar que a crise chegasse ao mercado de trabalho. As medidas retardaram, mas não impediram as demissões. Em março, o número de desempregados chegou a 11 milhões, 3,2 milhões a mais que 12 meses antes.

Fonte: PME/ IBGE

"Colchão de proteção" contra crises estrangeiras, esta poupança demonstra a capacidade que o Brasil tem de quitar dívidas em possíveis turbulências e impede disparadas muito bruscas do câmbio. Quando há retirada de grande volume de dólar do país, o BC injeta parte das reservas na economia, garantindo certa estabilidade no preço da moeda americana no mercado doméstico.  O custo de manutenção das reservas é alto, cerca de R$ 70 bilhões em 2015. E cresce com aumento do juro, já que o governo se endivida para captar recursos e colocar no fundo.

Fonte: Banco Central

O reajuste anual do salário mínimo e a queda na taxa de desemprego permitiu que a renda média dos trabalhadores crescesse ao longo dos governos petistas. A recessão econômica e o enfraquecimento do mercado de trabalho nos últimos dois anos fizeram a desigualdade crescer. Ainda perto do topo, a descida tem sido veloz. Em pouco mais de um ano, o recuo foi de mais de 10%.

Fonte: IBGE

Dando sequência ao movimento iniciado na década de 1990, o Brasil continuou reduzindo a taxa de mortalidade infantil. Com o PT no governo, o índice caiu pela metade. Apesar dos avanços, as disparidades persistem no país. Dos cerca de 5,5 mil municípios brasileiros, em 32 a taxa superava 80 óbitos para cada mil nascidas vivas em 2015.

Fonte: IBGE

Acompanhando a inflação, o custo para pegar dinheiro emprestado foi diminuindo, até chegar a 10,5% no fim do governo Lula. Com a ideia de estimular ainda mais a economia, Dilma defendia reduzir ainda mais o juro. Em 2012, a taxa chegou ao piso histórico. Em uma queda de braço com os bancos privados, que não reduziam o juro cobrado dos clientes, o governo baixou a taxa cobrada pelos bancos públicos, obrigando as instituições financeiras a realizarem adaptações. Com a alta da inflação, a Selic voltou a subir.

Fonte: Banco Central

O controle rigoroso das despesas na primeira metade do governo petista e a redução forte na Selic ajudaram a diminuir a dívida pública brasileira em quase vinte pontos percentuais nos primeiros dez anos do PT no comando. A conquista foi colocada em xeque nos últimos dois. O fechamento das contas no vermelho em 2014 e 2015 e um novo aumento no juro impulsionaram o endividamento do país a patamares muito semelhantes ao do início de 2003. Uma diferença importante: a maior parte desta dívida agora é em reais, e não em moeda estrangeira.

Fonte: Banco Central

A desconfiança com a possível chegada de Lula à Presidência, em 2002, fez o câmbio disparar. Boa parte do receio foi dissipada com a A Carta ao Povo Brasileiro e com a chegada de Henrique Meirelles ao Banco Central. Quando a crise global atingiu os países mais ricos, anos mais tarde, o Brasil enfrentou fenômeno oposto: tornou-se destino favorito de investidores estrangeiros, e a cotação despencou. O evento ganhou da então presidente Dilma a alcunha de "tsunami monetário", uma referência à enxurrada de dólares que eram depositados no país. No último ano, a desconfiança em relação à economia brasileira voltou a crescer e o preço do dólar disparou mais uma vez, rompendo patamares atingidos 13 anos antes.

*Cotação em real. Valor de venda.

Fonte:  Banco Central

No ranking que abrange 188 nações e serve para avaliar o desenvolvimento de um país, o Brasil costuma ficar em posição intermediária. A entrada de outras economias mais desenvolvidas na contagem ajudou a empurrar o país para baixo na lista. Mesmo com a melhora na pontuação durante os últimos anos, com a diminuição da desigualdade de renda, o Brasil avançou em ritmo apenas um pouco mais acelerado que os demais.

*Por mil nascidos vivos

Doutores e mestres titulados

A adoção de programas de incentivo à pesquisa, como o Ciências sem Fronteiras, e o aumento no volume de recursos destinados a programas de pós-graduação refletiram na quantidade de mestres e doutores brasileiros na última década. A União é responsável pelo ensino superior no país, enquanto a administração do ensino básico e médio fica com municípios e Estados.

Fonte: Todos pela Educação.