Historicamente, a busca por vida extraterrestre impulsiona o homem ao espaço. O que conhecemos desde as primeiras sondas espaciais nos permite afirmar que é possível a existência de alguma forma de ser vivo em lugares como Marte e a lua de Saturno Encélado. Novas tecnologias têm revelado cada vez mais sobre outros mundos, que orbitam estrelas distantes - e nos permitem inferir o quão parecidos esses exoplanetas são com a Terra. Navegue no infográfico espacial e descubra um pouco sobre possíveis mundos habitáveis espalhados pelo Universo. As distâncias são as mínimas aproximadas entre a Terra e os demais corpos celestes, e as proporções não correspondem à realidade.
Nosso satélite é o único corpo celeste em que o homem já pisou - foram seis missões, de 1969 a 72. Apesar da ausência de atmosfera, sua face oculta, no futuro, deve abrigar bases espaciais para comunicação e observação.
"Acho que os lunáticos vão surgir antes que os marcianos", diz o coordenador do Laboratório de Astronomia da PUCRS, Délcio Basso, sobre possíveis filhos de astronautas em missões no satélite.
É hipótese bastante aceita que os cometas sejam os grandes polinizadores da vida no universo. A vida não surgiu na Terra, ela se estabeleceu aqui em um nível microscópico e, a partir disso, evoluiu de acordo com as condições locais, a pressão atmosférica, a temperatura e o tipo de radiação do nosso sol.
É provável que encostas no sul do planeta mais semelhante à Terra no Sistema Solar abriguem água salgada que, na época mais quente do ano, quando as temperaturas podem chegar a 27 ºC, alcançaria a superfície. O que, apesar da atmosfera rarefeita e da violenta radiação solar, alimenta a hipótese da existência de vida.
"Deve haver líquens", arrisca Délcio Basso.
O professor de ciências planetárias da Universidade do Arizona Alfred McEwen faz a ressalva:
"Ainda não temos qualquer tipo de detecção direta de vida em Marte."
O planeta anão Ceres orbita no Cinturão de Asteroides e é massivo o bastante para ser dotado de gravidade e vestígios de atmosfera. Apesar do núcleo rochoso e da fina crosta de poeira, o globo é formado por 25% de gelo e, possivelmente, água líquida.
É provável que, sob a atmosfera rica em oxigênio e a camada quilométrica de gelo de luas jupiterianas como Europa, estejam oceanos aquecido pelas forças de maré.
"Uma das atrações turísticas no futuro serão pescarias em Europa", arrisca Délcio Basso
Geologicamente ativa, a pequena lua de Saturno apresenta erupções de material do subterrâneo, provavelmente de água salgada líquida, localizada próxima à superfície no polo sul do satélite. A proximidade ao planeta mantenha intensa atividade geológica que atuaria como fonte de calor.
"Encélado tem erupções de nuvens de vapor de água, proveniente de fissuras recentes, portanto, pode haver água em estado líquido em seu interior", explica McEwen.
Segundo McEwen, a grande lua Titã provavelmente tem água em estado líquido em seu interior profundo. É provável que, sob a camada rochosa, descansem oceanos de gelo com lagos de hidrocarbono.
Duas décadas após a detecção dos primeiros planetas fora do nosso sistema solar, quase mil exoplanetas já foram confirmados. Missões como a sonda caça-planetas Kepler (que, por problemas técnicos, deixou de coletar informações em maio) apontam para a existência de bilhões de planetas na Via Láctea, ao detectar oscilações de luz em estrelas provavelmente causadas pela passagem de planetas em seu entorno. Pesquisadores inferem características como massa, raio e a proximidade de suas estrelas-mães, e atribuem a esses exoplanetas o índice de similaridade com a Terra (ESI). Quanto mais alto, mais semelhantes ao nosso mundo são esses astros extrassolares - e, possivelmente, mais habitáveis.
A Nasa confirmou recentemente que a sonda Voyager 1 está próxima do limite do Sistema Solar. Lançada ao espaço em 1977, trata-se do objeto criado pelo homem a alcançar a maior distância em relação à Terra. Ainda assim, se mantivesse a velocidade em que se encontra, a sonda levaria mais de 73 mil anos para chegar à estrela mais próxima de nós, a Proxima Centauri.
Localizado no sistema das estrelas Gliese 667 A, B e C, a 22,1 anos-luz da Terra, na constelação de Escorpião, em uma zona possivelmente mais propícia para o surgimento de vida do que a Terra. Apesar de orbitar uma estrela menor e mais fria que o Sol, está próximo o bastante para conter água líquida.
Localizado no sistema da estrela Kepler-22, semelhante ao Sol, a 600 anos-luz da Terra, na constelação de Cisne, a uma distância de seu sol que acarretaria em temperaturas na casa dos 20 ºC, e com porte típico de planetas cobertos de oceano.
Localizado no sistema da estrela Kepler-61, a 900 anos-luz da Terra, na constelação de Cisne, a uma distância de sua estrela que, havendo atmosfera, acarretaria em temperaturas na casa dos 40 ºC.
Localizado no sistema da estrela Kepler-62, um pouco menor e mais fria que o Sol, a 1,2 mil anos-luz da Terra, na constelação de Lyra, Kepler-62e pode ter uma quantidade substancial de água.
Sistema solar da estrela Kepler-62, com quatro outros planetas, incluindo Kepler 62-f, também na zona habitável em relação à estrela.