Década de
1950
(Os anos dourados)

Presidente Juscelino Kubitschek põe em prática o Plano de Metas, com o slogan "50 anos em cinco". Eram 31 objetivos nas áreas de energia, transportes, alimentação, indústria de base, educação e a meta principal, a construção de Brasília

• Governo Getúlio Vargas cria em 1953 a Petrobras. Objetivo era a exploração do petróleo por uma companhia nacional

• A ordem era estimular o crescimento da indústria nacional e substituir as importações. Um dos símbolos era setor automobilístico

• Sem a contrapartida de políticas fiscais e monetárias, o efeito colateral foi a disparada da inflação e o aumento da dívida externa

Década de
1960
(Os anos rebeldes)

Na busca por debelar a inflação e retomar o crescimento da economia, o governo João Goulart lança em 1963 o Plano Trienal. Um dos pais da ideia era o economista Celso Furtado. Mas as resistência às reformas de base propostas por Jango levam ao golpe militar de 1964 e ao fracasso de seu projeto.

• Já com os militares no poder, é lançado em 1964 o Programa de Ação Econômica do Governo (Paeg), sob a batuta dos ministros Roberto Campos e Otávio Gouvêa de Bulhões. Para segurar a inflação, são tomadas medidas para conter a massa de renda. O crédito é restringido e há tentativa de dificultar importações e ampliar as exportações. O plano teve algum sucesso no combate à escalada dos preços, mas foi incapaz de reativar a economia.

• Em 1968 é a vez de entrar em cena o Programa Estratégico de Desenvolvimento (PED). A ideia era estimular o crescimento da economia com investimentos em infraestrutura, mas também abrindo espaço para o capital privado. Era o início do Milagre Econômico (1969-1973), em que o país cresceria a um ritmo de 10% ao ano.

Década de
1970
(O milagre econômico)

Governo Médici apresenta o Metas e Bases para a Ação de Governo (MBAG). A missão era preparar um crescimento acima de 7% ao ano nas próximas três décadas. Amparado no programa, é elaborado o 1º Plano Nacional de Desenvolvimento (1º PND), válido entre 1972 e 1974. Intenção era duplicar a renda per capita do país até 1980, com o PIB avançando acima de 8% ao ano e mantendo a inflação controlada, abaixo de 10%.

• Durante o 1º PND são iniciadas grandes obras como a rodovia Transamazônica e a hidrelétrica de Itaipu.

• O 2º PND, no governo Geisel, tinha a missão de manter as taxas de crescimento de 10% ao ano entre 1975 e 1979 e incentivar a indústria de bens de capital. Dois choques do petróleo (desencadeados em1973 e 1979) ajudaram a frustrar os planos e a conta das grandes obras foi o aumento da dívida externa. Com o crescimento abaixo do esperado e a inflação em alta, o 2º PND fracassou e colocou em xeque o dirigismo estatal da economia planejado pela ditadura.

Década de
1980
(A década perdida)

O país ingressa nos anos 80 com a economia avançando pouco, inflação crescente e dívida externa alta. O cenário se deteriorou ainda mais com crises externas, como os reflexos do choque do petróleo e a elevação dos juros no mundo. No fim do governo militar, em 1985, a dívida externa chegava a US$ 105 bilhões, quase o dobro do final da década de 1970.

• Os primeiros anos da redemocratização, com José Sarney no Palácio do Planalto, ficaram longe de qualquer sucesso no combate às crises. Em 1986, os planos Cruzado e Cruzado 2 foram incapazes de conter a inflação. Na primeira fase houve congelamento dos preços e apareceram as figuras dos fiscais do Sarney _ donas de casa, principalmente, que monitoravam os preços nos supermercados.

• No ano seguinte viria o Plano Bresser, que além da inflação tentava frear o déficit público. Novamente houve congelamento dos preços e dos salários. Mesmo assim, a inflação continuava galopante.

• Em janeiro 1989, veio o Plano Verão, a última tentativa do governo Sarney de estabilizar os preços. Mas a hiperinflação chegou a 1973% naquele ano.

• Era o fim da chamada década perdida, período marcado por crises, hiperinflação, instabilidade e baixo crescimento econômico

Década de
1990
(Enfim a inflação controlada)

Fernando Collor de Mello assume a presidência da República em 1990 e promete acabar com a inflação com uma única bala. Novamente recorreu-se a congelamento de preços e salários, acompanhado de medidas como aumento de tarifas de serviços públicos, como energia elétrica, e o confisco da poupança. Mas o tiro saiu pela culatra e o dragão inflacionário reviveu. Em 1991 sai o Plano Collor 2, com novas medidas, mas é mais um fracasso.

• Apesar da ineficácia na tentativa de domar a inflação, o governo Collor é marcado como o início do período de redução do intervencionismo estatal e abertura da economia.

• Em junho de 1994, com Itamar Franco na Presidência e Fernando Henrique Cardoso no Ministério da Fazenda, é lançado o Plano Real, que finalmente viria a estabilizar a economia.

• Junto à apresentação da nova moeda são tomadas outras medidas como a desindexação da economia, privatizações, equilíbrio fiscal (corte de despesas e aumento de impostos), abertura econômica, manutenção do real artificialmente valorizado e aumento das taxas de juros. O frango a R$ 1 o quilo vira um dos símbolos de uma era de maior poder de compra da moeda.

• O país sofre o impacto de diversas crises externas como a do México (1994-1995), a asiática (1997-1998), a russa (1998-1999).

• Em 1999, o real sofreu ainda uma forte desvalorização quando o Banco Central abandonou o regime de câmbio fixo, que passou a ser flutuante. É quando é criado o tripé câmbio flutuante, responsabilidade fiscal e metas de inflação.

Década de
2000
(Salto após a estabilização)

Chega o fatídico setembro de 2008 e a crise norte-americana contamina o Brasil, que tem queda do PIB em 2009 (-0,3%). Para reverter a situação, o governo aposta principalmente no incentivo ao consumo.

• No início do novo milênio, o governo FHC enfrentou ainda os reflexos do calote da Argentina, em 2001, e a crise do apagão, que levou o país a ter de racionar energia entre aquele ano e 2002, fruto da queda do volume de água dos reservatórios das hidrelétricas e falta de investimentos em novas usinas.

• O temor pela vitória do petista Luiz Inácio Lula da Silva levou ainda o dólar à cotação de R$ 4 em 2002.

• Na tentativa de diminuir as desconfianças em relação ao que seria o seu governo, Lula divulga a chamada Carta aos Brasileiros, em que promete uma postura mais moderada. Em certo trecho coloca que a "Premissa dessa transição será naturalmente o respeito aos contratos e obrigações do país."

• A nomeação de Henrique Meirelles para o BC começa acalmar os mercados e, com a conjuntura internacional favorável, o país inicia um período de maior crescimento da economia, recomposição das reservas internacionais, ampliação da oferta de crédito, redução do desemprego e distribuição de renda.

• Na busca por potencializar o crescimento da economia, em 2007 é lançado o Programa de Aceleração do crescimento (PAC), que previa investimentos de R$ 503 bilhões até 2010 em setores como infraestrutura, habitação, transporte e energia.

• Ao final do seu governo, a taxa média de crescimento durante os oito anos de seu mantado ficariam em 4%.

Década de
2010
(Crescimento amarrado)

A então ministra-chefe da Casa Civil de Lula, Dilma Rousseff, é eleita presidente e inicia o seu governo em lua de mel com o empresariado do país.

• O fôlego da economia diminui e a inflação volta a ameaçar. Países da Europa, especialmente Grécia, Espanha e Portugal, sofrem com a crise mundial.

• Para tentar reanimar a atividade econômica, o governo lança programas que tentam aumentar a competitividade, corta juros, reduz impostos e apresenta planos de concessões de rodovias, ferrovias e aeroportos para melhorar a infraestrutura, mas poucos saíram do papel.

• O desemprego segue em baixa e a renda em alta, mas outros fantasmas como o risco de racionamento de energia assombram o governo de Dilma Roussef e azedam a relação da presidente com o empresariado.

• A desaceleração no crescimento dos emergentes e a retirada dos estímulos à economia brasileira drenam capitais do Brasil. O índice Ibovespa, que no final de 2010 arranhava os 73 mil pontos, cai a 45 mil pontos.