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Abrigos mais humanos e melhor planejados

Abrigos com lavanderia, chuveiros individuais e espaço para catadores "estacionarem" seus carrinhos. Para pôr fim à divisão por gênero, os dormitórios teriam divisórias móveis, sendo adaptáveis a famílias e atendendendo a necessidades que possam surgir conforme a demanda dos usuários.

Os locais contariam com vestiários voltados para a rua, que permitissem o uso fora do horário de funcionamento. Os abrigos inclusivos teriam, ainda, horários mais flexíveis de entrada e saída, permitindo seu uso por quem trabalha longe, ou além do horário comercial.

Restaurantes populares

A existência de restaurantes populares, que ofereçam refeições completas a preços simbólicos, é um serviço importante tanto à população de rua quanto à população de baixa renda. O modelo já existiu em Porto Alegre, na Rua da Conceição, com almoço a R$ 1, mas foi desativado em 2013 por não contar com Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI) e estar com o alvará sanitário irregular. No dia 21 de agosto será realizada Audiência Pública na Câmara Municipal sobre o novo restaurante.

Segundo Reinaldo Santos, representante do Fórum de Politicas Públicas Para Pessoas em Situação de Rua (FPPPSR), além dos restaurantes, é necessário ampliar a oferta de Refeitórios do Povo da Rua, no modelo existente em outras capitais, como São Paulo. Porto Alegre conta com um refeitório que atende cerca de 200 moradores de rua na Restinga, mas o local carece de infraestrutura. Além disso, são necessárias unidades próximas aos locais de maior concentração da população de rua.

Casas móveis compactas

O jovem Alastair Pryor, que trabalha com construção civil em Melbourne, na Austrália, criou um modelo de abrigos compactos para moradores de rua. A ideia surgiu em um dia de trabalho, quando percebeu que tinha acordado um homem que dormia na rua com a movimentação da obra. Ele desenhou e projetou uma estrutura modular de cerca de 15 quilos, que chamou de Compact Shelter (abrigo compacto, em inglês).

O modelo é feito de um material plástico resistente a raios UV, ao vento e à chuva, que pode ser dobrado, chegando a oito centímetros de espessura. O australiano de 25 anos conseguiu um investidor para viabilizar o projeto em seu país.

Hortas comunitárias e jardins verticais

Pequenas hortas comunitárias e jardins verticais em pontos onde a população de rua costuma circular teriam dupla função: proporcionar que as pessoas tivessem acesso a alimentos e envolvê-las em uma atividade de reinserção social.

- Existem experiências do uso social da horticultura e da jardinagem em várias cidades do mundo. Ela possibilita a reconexão das pessoas com a cidade, estimula o cuidado com as plantas e, mais do que isso, com a vida humana - destaca a professora da USP Maria Cecilia Loschiavo dos Santos.

Revitalização das áreas sob viadutos

As áreas sob os viadutos, frequentemente utilizadas por moradores de rua, seriam revitalizadas, melhorando suas condições, com a instalação de bancos e vestiários públicos. Esse locais também poderiam abrigar projetos sociais, como já ocorre em São Paulo. Na capital paulista, existe uma lei que regula o uso dessas áreas, e pessoas ou Organizações Não Governamentais (ONGs) que queiram útilizá-las devem encaminhar um projeto à prefeitura.

Amor no Cabide

Foi de uma premissa simples que as amigas Luana Flôres, 30 anos, Helena Legunes, 22 anos, e Laura Camardelli Brum, 24 anos, iniciaram o projeto que espalha cabides pela cidade para que as pessoas deixem roupas e agasalhos: "se você precisa, é seu". De cachecol a cobertor, passando por casacos e meias, tudo pode ser levado por quem julgar que precisa dos suportes que começaram a surgir em Porto Alegre no dia que marca o início do inverno: 21 de junho.

Para reproduzir o Amor no cabide, as idealizadoras recomendam que as roupas não sejam penduradas em árvores e fiquem ao abrigo chuva. O projeto foi copiado em cidades do Interior e de outros estados, como Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro.

Biblioteca itinerante

Emprestar livros a moradores de rua era o mote inicial. Mas a Bicicloteca, triciclo adaptado com um baú que comporta até 150 quilos de livros, também ajuda a população de rua com assistência jurídica e social, como se inscrever em cursos educacionais ou encaminhar documentos.

O veículo circula pelas ruas da capital paulista desde 2011, quando o ex-morador de rua Robson Mendonça teve a iniciativa. O projeto foi abraçado pelo Instituto Mobilidade Verde, e já se expandiu para outras cidade brasileiras. Em São Paulo, a biblioteca itinerante conta com a ajuda do Movimento Estadual da População em Situação de Rua.

Revitalização das áreas sob viadutos

Um dos projetos mais famosos é uma academia de boxe para moradores de rua, chamada Boxe no viaduto, supervisionada pelo ex-pugilista Nilson Garrido, que iniciou o projeto há 10 anos. Além disso, o local conta com equipamentos de ginástica doados por uma academia.