Veja o resultado do teste no infográfico a seguir e os comentários dos engenheiros convidados por ZH:
Infrações investigadas
GRAVES
MÉDIAS
Saídas de emergência inadequadas ou insuficientes
Alvarás e extintores não visíveis
Sinalização de emergência inadequada ou inexistente
LEVES
Exigência de comanda na saída
Inexistência de equipe de emergência e comunicação por rádio
Falta de portas corta-fogo que devem ser abertas para fora
Existência de obstáculos na saída
Limite de lotação não visível
Contraponto: nunca nos pediram isso (equipe de emergência identificada). Temos cinco funcionários durante o dia e cinco à noite com curso de brigadista. Estamos desenvolvendo no Ocidente um sistema novo de luzes de emergência, o que existe no mercado hoje é muito ruim. Fizemos dois testes no que tínhamos e ele falhou. Colocamos, então, uma rede de 12 volts em toda a casa e fitas de LED da melhor qualidade. O sistema agora é invisível e fornece iluminação bem melhor.
Contraponto: temos dois funcionários com curso do Corpo de Bombeiros para atendimento emergencial. Nossa casa é pequena, não trabalhamos com seguranças, e sim com portaria, e usamos walk-talk para comunicação. Ainda não temos a placa de lotação porque não saiu o alvará para casa noturna, o atual é de bar/café, com horário determinado para fechamento. Temos um projeto para casa noturna aprovado há anos, mas ele é sempre vetado por algum motivo. Vamos mudar no futuro o sistema que exige comanda, mas é caro para fazer e, por enquanto, é inviável.
Contraponto: todos os seguranças do Opinião têm curso de brigadista e estão aptos a fazer os procedimentos legais em uma situação crítica. Isso é renovado anualmente. Não é necessária a identificação deles. Fizemos uma reforma recentemente, mais em termos de isolamento acústico, porque as exigências dos bombeiros já eram cumpridas. Antigamente, colocávamos o alvará e a placa de lotação na rua, em frente à casa, mas as pessoas roubavam. Agora, eles ficam ao lado do caixa, na recepção.
Contraponto: O alvará da prefeitura ainda está tramitando, dentro dos prazos legais. Fizemos algumas adaptações exigidas e o pedido foi encaminhado, estamos esperando agora o retorno. Já o alvará do Corpo de Bombeiros está junto com a placa de lotação, visível. Não pretendemos mudar o sistema de comandas, apenas se for obrigatório. Não vai contribuir em nada para a segurança determinar o fim da comanda. Todo o resto exigido, nós já cumpríamos, inclusive temos dois bombeiros contratados todas as noites para circular pela casa. Na chegada, eles revisam todos os equipamentos de emergência, e na saída fazem um relatório sobre o que precisa ser feito.
Contraponto: A legislação exige a guarda de incêndio em clubes de maior capacidade do que a nossa. Possuímos em todas as festas proprocionadas pela casa dois funcionários devidamente treinados pelos bombeiros, mediante diplomação. Esse diplomade horas/aula é renovável e obrigatório para a obtenção do Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI) e, consequentemente, o alvará. Sobre a placa de limite de lotação, a identificação está localizada na parte interna do clube, junto ao atendimento. Iremos transferi-la para a área de primeiro acesso, facilitando assim a visualização. E a respeito da comunicação via rádio, a solicitação não foi feita pelos órgãos competentes. Ainda assim, possuímos sistema com câmeras de armazenamento remoto de dados e detector de fumaça com alarme.
Contraponto: Não temos equipe de emergência identificada porque não foi exigido. Temos funcionários treinados para manejar extintores de incêndio. Sobre a exigência de comanda na saída, está dentro da lei, trabalhamos sempre assim.
Contraponto: Há uma placa com a lotação da casa, mas realmente é pequena e não chama a atenção. Nós fizemos o treinamento do Corpo de Bombeiros e temos três funcionários aptos a atender uma emergência. Essa identificação não temos, pois todos os funcionários são padronizados. Os bombeiros disseram que o que importa é a qualificação, não a identificação.
recomendações dos engenheiros
CARLOS WENGROVER & TELMO BRENTANO
Iluminação de emergência: Na Kiss, as pessoas seguiram a luz, procurando a saída, e muitas morreram em um banheiro, que estava claro. Os bombeiros exigem agora disjuntor só para que a iluminação de emergência seja acionada. Considerando que a emergência ocorre com o excesso de negatividade no ambiente, tudo vai conspirar para dar errado, e a falha humana pode acontecer. Por isso, uma melhoria recomendada é o acionamento automático da iluminação emergencial por meio de um sistema de detecção de fumaça e pelo acionador manual do alarme de incêndio. Iluminação de emergência no piso e nos degraus, sob forma de led amarelo marcando o caminho da saída, também é de grande utilidade.
Rampa: Pequenos desníveis de até três degraus, com 48 cm, poderiam ser substituídos por rampinhas que dariam um significativo aumento de conforto ao usuário até em condições normais de uso.
Controle de fumaça: As boates são fechadas por cima, por baixo e pelos lados para não deixar escapar o som, e não podem ter janelas. Em caso de incêndio, a fumaça preenche todo o ambiente em segundos. Por isso, sistemas de aberturas superiores nas paredes e/ou nos tetos seriam necessários. Se o projeto tiver automação para abertura de janelas ou claraboias superiores, conjugadas com entrada de ar puro inferior, poderia dar excelente resultado para ambientes compatíveis. Um exaustor ou vários seriam de excelente ajuda. Em ambientes maiores, um sistema de miniturbinas combinadas pode ser a solução. Na era do ar condicionado split, não podemos retroceder e querer fazer controle de fumaça com dutos.
Mangotinhos: Os mangotinhos são sistemas de combate a incêndio sob comando, que qualquer pessoa pode utilizar. Eles estão sempre armados e é só ligar um registro de abertura rápida de um quarto de volta e regular o esguicho para a neblina. Têm grande vantagem sobre o sistema de hidrantes.
Extintores: Na Kiss, o extintor que poderia ter salvo a todos estava descarregado porque um cliente havia utilizado ele de brincadeira. Os extintores devem ficar bem visíveis, em locais facilmente acessíveis pelos funcionários treinados, mas protegidos e vigiados contra irresponsáveis.