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esde a primeira notinha da nossa colunista Laine Valgas, em 20 de março de 2014, a história de amor e doação de João Vitor Loch e Tatiana Lessa encheu as páginas do nosso jornal de esperança e alegria.

 

Durante cinco meses acompanhamos a luta de Tatiana para emagrecer e ficar saudável para doar parte do fígado para João, e a do menino contra o câncer até a realização do transplante em 20 de agosto daquele ano. Mais do que noticiar a história para nossos leitores, nossa equipe se envolveu com eles. Vibrou com cada conquista, chorou em cada momento de desespero, e eles se tornaram grandes amigos da Hora. Após o transplante, também estávamos lá na nova vida de João Vitor e Tatiana.

 

E quanta coisa já aconteceu nestes dois anos. Tatiana emagreceu, resgatou sua saúde e autoestima, e o pequeno João nem de perto lembra a criança doente que conhecemos. No final de 2015 ele se formou na pré-escola, já sabe ler, escrever e vive uma vida normal em Palhoça, ao lado da avó, Maria Eloina Ferreira de Freitas, e dos irmãos. Ao olhar para trás e recordar tudo que viveram, Tatiana não contém a emoção:

 

– Ele era outra criança, com aparência de doente mesmo, ia piorando ao longo do tempo. Eu também era outra pessoa, praticamente o dobro, e quando a gente se conheceu realmente foi um divisor de águas. Ele resgatou em mim a autoestima, a essência do ser humano, que é vir para agregar ao outro, para dividir, repartir, compartilhar – analisa.

 

A doadora conta que jamais imaginou que a história deles iria se tornar conhecida nacionalmente, e que relutou em aceitar dar entrevistas, pois tinha medo da pressão das pessoas caso não conseguisse perder o peso em tempo:

 

– Quando eu vi a primeira nota e depois aquela repercussão toda, logo a gente estava no Fantástico. Eu pensei “gente, eu só queria doar um pedaço do fígado para o João, e ele só queria viver”. Algo tão simples, mas tomou uma dimensão tão grande. E eu espero que essa dimensão toda tenha alcançado corações, porque eu já sei de histórias que aconteceram como a nossa, de pessoas que também doaram, entre família mesmo, que fizeram o teste pelo menos para ver se era compatível, porque as pessoas tem medo até de fazer o teste. E é tão bom, tão maravilhoso você saber que Deus te formou com utilidade, com um propósito – fala.

 

A avó de João, dona Maria, também se emociona ao lembrar de tudo que já passaram, e diz que o jornal Hora e a imprensa tiveram um papel muito importante:

 

– Dois anos atrás a gente estava correndo com o João, e hoje estamos contando a história dele, e isso para o povo ver como existe Deus na vida das pessoas. Hoje o João pode fazer tudo como uma criança normal. Só temos a agradecer a vocês. Depois que saiu no jornal Hora a primeira vez recebemos muita ajuda das pessoas, muita gente esteve em oração pelo João e isso nos deu muita força – acredita.

 

Tatiana ainda deixou uma mensagem de aniversário para a gente:

"Estamos muito felizes de participar da história do jornal Hora, e na verdade vocês participaram de forma grandiosa da nossa, porque vocês contaram às pessoas, vocês foram a nossa voz. Muito obrigada pela forma carinhosa e sempre muito verdadeira como vocês nos trataram."