DESENVOLVIMENTO
Cursos buscam suprir lacunas
JAIME AVENDANO
Para atender às
exigências cada vez maiores da indústria por mão-de-obra qualificada, o Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), em Blumenau, vem tomando uma série de
medidas para aproximar a escola da realidade empresarial. O diretor do Senai, Antônio
Demos, aponta o sistema dual de ensino, o projeto de licenciamento de marcas e o início
dos cursos de tecnólogo e de pós-graduação como formas de oferecer alternativas para
quem busca se especializar.
No sistema dual, o aluno recebe as aulas teóricas na escola e faz a prática nas
empresas. O projeto das marcas funciona como uma franquia. A indústria destina um espaço
na fábrica para montar uma escola nos moldes do Senai. "A empresa usa a marca, a
metodologia e a certificação Senai", explica Demos. "Os cursos são de curta
duração e de alta demanda, como costura e tecelagem. Com isso, conseguimos ampliar a
oferta de vagas nessas áreas de 30 para 250". Os cursos são abertos à comunidade.
O problema é o custo. O Senai oferece o CAD Confecção, por exemplo, a R$ 240,00. Já o
curso de mecânica geral, em nível de qualificação, custa R$ 570,00 - dividido em seis
vezes. No caso dos cursos técnicos, a maioria tem mensalidade fixada em R$ 160,00. Demos
argumenta que a entidade não tem fins lucrativos e fixa seus preços somente para se
manter, além de que 90% dos estudantes de nível técnico usufruem de algum tipo de bolsa
de estudos.
Os sindicatos de trabalhadores procuram resolver a questão da falta de qualificação da
mão-de-obra oferecendo cursos gratuitos, utilizando principalmente verbas do Fundo de
Amparo ao Trabalhador (FAT). O Sindicato dos Metalúrgicos de Blumenau espera a
liberação de verbas para dar início, em março, às aulas de ensino fundamental para
150 trabalhadores. A iniciativa faz parte do projeto Integrar.
Nível salarial da indústria na Vale |
(Em R$) |
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Categoria |
Piso |
Média |
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Têxteis |
Livre |
477,40 |
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Metalúrgicos |
260,00 |
500,00 |
|
|
Alimentar |
211,20 |
480,00 |
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|
Cristais |
200,00 |
550,00 |
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|
Gráficos |
270,00 |
450,00 |
|
Fonte: Sindicatos de trabalhadores de Blumenau e
região
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O Sindicato dos
Trabalhadores na Alimentação de Blumenau também estuda a possibilidade de oferecer
cursos de aperfeiçoamento. A previsão é começar em abril, mas o projeto ainda está em
fase de definição. Os trabalhadores da indústria têxtil devem se reunir em março para
definir os cursos prioritários para este ano. No segundo semestre do ano passado foi
oferecido a cerca de 30 trabalhadores o curso de co-gestão e cooperativismo, gratuito e
com duração de 65 horas/aula.
Não é só no setor operacional que o número de vagas vem crescendo com a retomada da
produção industrial. Na área administrativa as vagas são em menor número e a
concorrência é maior, mas ainda assim as ofertas têm crescido, segundo gerentes de
agências especializadas consultadas. As vagas abertas em maior número são de auxiliar
de escritório, auxiliar administrativo e secretárias.
O entrave a essas novas contratações é a qualificação exigida. "Ao invés de
contratar várias pessoas com conhecimentos específicos, as empresas querem um
profissional que entenda de tudo um pouco, seja na recepção, atendimento ao cliente,
faturamento, contábil e departamento de pessoal", analisa Alessandra Ensslin
Buzetto, psicóloga e recrutadora da Aptus Recursos Humanos.
Segundo Alessandra, é difícil encontrar um profissional nos moldes exigidos. "Na
área de vendas há bastante vagas, mas a ajuda de custo é baixa e as pessoas não se
propõem a trabalhar sem um salário fixo. Nas outras áreas, as vagas não são
preenchidas porque as exigências são muitas e os salários são baixos", explica. A
média salarial no setor gira entre R$ 300,00 e R$ 500.
O gerente regional da Gelre Trabalho Temporário, Onézio Gonçalves Filho, afirma que as
vagas estão principalmente no emprego temporário. "Fechamos janeiro com 60% de
trabalhadores contratados a mais do que em janeiro do ano passado", garante Filho.
Para ele, na área administrativa, o número de postos de trabalho têm aumentado, mas
ainda a procura é maior do que a oferta.
Na Chance Master Recursos Humanos, o gerente Mauro dos Santos, diz que os interessados em
disputar uma vaga na área administrativa devem buscar aperfeiçoamento constante. Segundo
ele, as empresas estão admitindo profissionais capacitados para apostar neles. "O
profissional deve mostrar que vale a pena para a empresa", enfatiza.
A Série |
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Domingo: Exportações puxam crescimento da indústria catarinense |
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Terça-feira: Empresas da Região dos Vales tentam recuperar mercado |
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Quarta-feira: Emprego começa a aparecer em todos os setores da
economia |
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Quinta-feira: Impactos do crescimento econômico no comércio e nos
municípios |
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