DESENVOLVIMENTO
Competitividade exige modernização
tecnológica
JAIME AVENDANO
BLUMENAU - A modernização
tecnológica tem sido uma das principais armas das indústrias para alcançar um grau de
competitividade internacional. A Arteplas, em Itajaí, por exemplo, vem modernizando seu
parque industrial há cerca de um ano. Além disso, está diversificando a produção com
a criação da divisão de fibras têxteis para a indústria de tecidos - que deve estar
funcionando até julho deste ano.
Por outro lado, a tradicional divisão de cordas de poliéster, polietileno e
polipropileno está recebendo investimentos da ordem de US$ 600 mil para a melhoria da
qualidade. Mário Reis, diretor-presidente da empresa, diz que expectativa é terminar o
ano com um aumento de 30% a 40% na produção.
Na Marisol, em Jaraguá do Sul, foram instalados teares importados da Alemanha, cuja
produtividade é de 20% a 25% superior aos teares utilizados anteriormente. A empresa
instalou na tinturaria a "cozinha de corantes", onde os produtos químicos para
tingimento são preparados com o uso de equipamentos automatizados importados da Itália.
A Karsten, em Blumenau, adquiriu a mais potente máquina para secagem e acabamento de
tecidos que existe no mercado. Com oito campos de secagem, seu desempenho é 20% superior
ao da máquina mais moderna existente até então. Os investimentos foram de R$ 2,2
milhões.
A Eletroaço Altona, em Blumenau, investiu na reformulação de equipamentos para a
produção de palhetas para rotores de turbina hidráulica. "Estamos fabricando para
um cliente em São Paulo, que vai fornecer para a China e o Canadá", afirma
Alcântaro Correa, presidente da empresa. Além disso, existe um projeto de fornecimento
mundial, a partir do Brasil, de uma série de componentes de chassis para a Mercedes-Benz
que a Altona pretende produzir, informa Correa.
Na Metalúrgica Riosulense, em Rio do Sul, novos produtos estão sendo lançados na área
de peças para linhas de montagens de caminhões - como aço fundido ligado e ferro
fundido ligado -, explica João Stramosk, diretor-presidente da empresa.
Micros criam consórcios de
exportação
BLUMENAU - Os micro e pequenos empresários também estão de olho na
possibilidade de exportar seus produtos. Para transformar essa idéia em realidade, a
Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) e a Agência de Promoção
de Exportações (Apex) - órgão federal vinculado à Secretaria de Comércio Exterior -
criaram em fevereiro do ano passado o projeto dos consórcios de exportação.
Na Região dos Vales, confeccionistas de Brusque e calçadistas de São João Batista
decidiram aderir ao projeto. A primeira fase - desenvolvimento da produção,
estruturação e qualidade - foi concluída no final do ano passado. No início deste mês
começou a segunda fase do projeto, que visa ensinar estratégias competitivas para o
setor de confecção e estilismo e moda para os fabricantes de calçados.
Em Brusque, participam 17 empresas. O treinamento é ministrado por técnicos do Centro de
Tecnologia do Vestuário do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), de
Blumenau e do Rio Grande do Sul. Já o setor calçadista, representado por 16 fábricas,
é orientado pelo Centro de Tecnologia do Couro do Senai de Novo Hamburgo (RS).
Ao final da fase de treinamento, em março, será dado início às consultorias. O projeto
prevê, então, a criação de uma linha de produtos e uma marca própria. Segundo o
secretário-executivo do Sindicato das Indústrias de Calçados de São João Batista,
José Luiz Dias, ainda não se sabe quantas empresas formarão o consórcio ao final dos
treinamentos e consultorias.
"Ainda não temos uma cultura de exportação", admite o presidente da
Associação das Micro e Pequenas Empresas de Brusque (Ampe), Tarcísio Tomasi. "O
que existe é a certeza de que as exportações são viáveis", enfatiza. De acordo
com ele, os produtos locais têm qualidade e preço para competir no Mercosul, Europa e
até nos Estados Unidos.
Investimentos da indústria em SC |
|
Gêneros de atividade * |
2000 |
2001 |
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|
Minerais não-metálicos |
121,102 |
66,136 |
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Mecânica |
88,540 |
105,730 |
|
|
Têxteis |
58,223 |
51,013 |
|
|
Material elétrico e de
comunicação |
45,900 |
45,900 |
|
|
Papel e papelão |
18,500 |
23,900 |
|
|
Informática |
12,229 |
14,917 |
|
|
Material de transporte |
9,700 |
9,900 |
|
|
Alimentar |
7,750 |
7,850 |
|
|
Plásticos |
6,700 |
6,700 |
|
|
Editorial e gráfica |
5,000 |
5,000 |
|
|
Madeira |
4,350 |
4,400 |
|
|
Vestuário e calçados |
3,860 |
3,645 |
|
|
Mobiliário |
3,523 |
0,550 |
|
|
Metalúrgia |
2,550 |
2,550 |
|
|
Bebidas |
2,317 |
0,500 |
|
|
Química** |
0,600 |
0,600 |
|
|
Diversos |
3,600 |
0,850 |
|
|
Total |
393,844 |
350,141 |
|
* Valores em milhões de reais
** Apenas uma empresa participou deste gênero
Fonte: Fiesc/Peind
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