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COMBUSTÍVEL VAI ESTAR DISPONÍVEL NAS EMPRESAS DE CAMA,
MESA E BANHO LEPPER E DÖHLER A PARTIR DE SEGUNDA-FEIRA
As indústrias têxteis de cama, mesa e banho, Lepper e Döhler, ambas
de Joinville, serão as primeiras empresas do Estado a receber o gás natural, a partir do
próximo dia 3 de abril, informa a Companhia de Gás de Santa Catarina (SCGás). A Malwee
e a Duas Rodas, em Jaraguá do Sul, também deveriam começar a receber o combustível
nessa data, mas problemas de liberação das obras da SCGás na ponte do Portal, sobre o
rio Itapocuzinho, na BR-280, pelo Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER),
atrasarão a entrega no município.
A Lepper comprará 10,5 mil metros cúbicos de gás por dia. Com a expectativa inicial de
chegada do produto no final do ano passado, a empresa concluiu as adaptações dos
equipamentos no início deste ano e, com o atraso, teve que fazer adaptações
provisórias para utilizar gás liquefeito de petróleo (GLP, ou gás de cozinha).
"Com a chegada do gás natural, terminarão os transtornos com a armazenagem de
combustível", diz o diretor-superintendente da empresa, João Paulo Braga.
Segundo Braga, a empresa ganhará em eficiência, pois não precisará receber os
caminhões que diariamente descarregam óleo e GLP, além de manter livre a área de
estocagem desses produtos. Como a queima do gás natural não deixa resíduos, a empresa
não terá que dispor de recursos nem horas de trabalho com limpeza de filtros utilizados
na queima do óleo e, provavelmente, pagará um seguro menor, já que os riscos na área
industrial diminuirão.
Os investimentos para a troca do combustível não foram altos, garante a empresa, sem
revelar valores, porque todos os equipamentos comprados pela Lepper nos últimos três
anos possibilitavam a conversão para o gás natural já prevendo a chegada do produto no
Estado.
Com a entrada em funcionamento do gasoduto, a Döhler deixará de consumir mil toneladas
de óleo combustível e de queimar 400 metros cúbicos de lenha o que equivale a
aproximadamente 70 caminhões caçamba por mês. A empresa receberá 30 mil metros
cúbicos de gás natural por dia. A opção pelo novo combustível foi feita levando em
conta vários fatores que a empresa aponta como vantagens: o gás natural é mais seguro
do que outros combustíveis porque não fica estocado e, em caso de vazamento, se dispersa
rapidamente, já que é mais leve do que o ar. Ao contrário da queima de lenha e óleo, o
gás não polui porque a queima não gera fumaça.
Adaptações
Em Jaraguá do Sul, a Malwee, fabricante de malhas e confecções, e a Duas Rodas
Industrial, do setor alimentício, já assinaram contrato para receber o gás e estão
concluindo as adaptações necessárias. O embargo das obras da SCGás pelo DNER na ponte
de entrada do município, na BR-280, atrasou um pouco as obras no município.
O DNER não autorizou a passagem aérea dos canos sob a ponte e a SCGás terá que fazer a
travessia dos dutos por baixo do rio. Para isso, será necessária a perfuração de
rochas. "A empresa está trazendo equipamentos para fazer esse trabalho o mais
rápido possível e tentará concluir a obra até o início de abril", afirma o
técnico de inspeção da empresa, Roberto Carlos Miranda Moreira.
O Norte do Estado também contará com o combustível para alimentar a usina termelétrica
de 300 megawatts, projetada para a região e que deve ser construída em Joinville, em
área ainda não definida. A obra é considerada prioritária pelos governos federal e
estadual para a expansão do sistema de energia no Sul do país.
A termelétrica deve entrar em funcionamento no final de 2002 e vai consumir, sozinha, 1,5
milhão de metros cúbicos de gás natural por dia, além dos 1,8 milhão de metros
cúbicos que estarão disponíveis para Santa Catarina até lá. No Estado, já assinaram
contrato para receber o gás natural 52 empresas e a expectativa é de que o número de
consumidores chegue a cem. |