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CERIMÔNIA SERÁ REALIZADA EM BIGUAÇU.
A GASBOL ESTÁ EM CONDIÇÕES DE COMERCIALIZAR O PRODUTO HÁ DEZ DIAS
O presidente Fernando Henrique Cardoso inaugura
hoje o trecho Sul do gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol) que vai de Paulínia (SP) a Canoas
(RS). A cerimônia será realizada no city-gate de Biguaçu, na região de Florianópolis.
A Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG), responsável pelas obras e
operadora do Gasbol em solo brasileiro, já está em condições de comercializar o
combustível há dez dias.
"Apesar das condições técnicas já permitirem ter começado a distribuição do
gás natural no trecho Sul há alguns dias, estávamos na dependência da agenda do
presidente Fernando Henrique Cardoso", argumenta Arno Duarte Filho, gerente da
Divisão Sul da TBG.
O Gasbol pode estar operando em plena capacidade em 2003, antecipando em dois anos a
projeção inicial. "O transporte de 30,8 milhões de metros cúbicos de gás por dia
estará sendo alcançado em janeiro de 2003", projeta Djalma Rodrigues de Souza,
presidente da Gaspetro, subsidiária da Petrobras, que integra o consórcio responsável
pelo gasoduto.
Ao inaugurar o trecho Sul do Gasbol, em Biguaçu, o traçado de 3.150 quilômetros da obra
estará concluído, mas apenas 5 milhões de metros cúbicos por dia estarão disponíveis
para os Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A capacidade
plena apenas será atingida com a construção de termelétricas que acrescentem ao
sistema pelo menos 9 mil megawatts de energia. "Teremos estas condições nos
próximos três anos", afirma Souza.
Os últimos testes do Gasbol tiveram início no dia 11 deste mês. Sessenta técnicos, 30
veículos e um helicóptero foram utilizados na operação, que ficou conhecida como
Operação Gaseificação retirada do ar dos tubos e introdução do gás natural.
Controles locais e um controle geral ligado via satélite à central no Rio de Janeiro
monitoraram os trabalhos.
Preço
O preço do gás, que chegou a ser um dos principais empecilhos ao sucesso do projeto,
está sanado, segundo ele. Para unidades industriais e domiciliares, o milhão de BTU
(unidade de medida do produto) custa US$ 2,95, enquanto para as termelétricas o preço
médio, conseguido por meio de um mix de produtos nacionais e importados, ficará em US$
2,58.
Há um ano, quando a primeira etapa do gasoduto foi inaugurada, várias empresas
contestavam na Justiça o valor da tarifa cobrada pela Petrobras, que chegava a ser 241%
superior à que havia sido estipulada, anos antes, pelo Conselho Nacional do Petróleo
órgão que foi substituído pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). Na época, o
preço do gás natural no Brasil estava cotado a US$ 4,00, enquanto a cotação
internacional era de US$ 1,25 por milhão de BTU.
Hoje ainda há uma discussão entre a Petrobras e as empresas responsáveis pelas
termelétricas acerca da fórmula de reajuste a ser adotada para as tarifas. O ideal é
que o preço seja calculado e reajustado de forma a garantir investimentos ao longo de 15
anos. Todos os contratos deste tipo são de longo prazo. O da Petrobras com o governo
boliviano, por exemplo, é para fornecimento de gás em 20 anos.
Num cenário em que novas companhias produtoras de petróleo iniciam operação em
exploração no país, os clientes do gasoduto Bolívia-Brasil querem a garantia de
estarem optando por exclusividade em um bom negócio. O Gasbol levou quase três anos para
ser construído. No trecho brasileiro foram 2.593 quilômetros de tubulação.
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