| 19/10/2005 09h26min
Um dia depois de confirmar novos focos de febre aftosa em Mato Grosso do Sul, o Ministério da Agricultura admite a suspeita de que mais duas fazendas estejam infectadas na região. Com isso, o número de propriedades afetadas chegaria a sete, sendo duas em Eldorado e cinco em Japorã.
O secretário de defesa agropecuária do ministério, Gabriel Maciel, considerou positivo o fato de todos os focos estarem dentro do raio de 25 quilômetros a partir do primeiro, localizado na fazenda Vezozzo, em Eldorado. Somente nas fazendas Jangada e Guaíra e nos sítios Santo Antônio e São Benedito (ambos de um mesmo proprietário) existem 4.654 bovinos – além de dois suínos, 166 ovinos e 34 caprinos – que deverão ser sacrificados. O Ministério da Agricultura informou ontem que já foram inspecionadas até agora 532 propriedades no município de Eldorado.
Em meio à expansão da doença no Centro-Oeste do país, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná ratificaram ontem a decisão de fechar suas portas para a carne bovina do resto do país. Algumas decisões tomadas pelos três Estados na segunda-feira, entretanto, foram criticadas por representantes da pecuária e da indústria gaúchos. Entre as quais, a liberação da circulação de carne desossada de Paraná em toda a região.
O vice-presidente da Federação de Agricultura do Estado (Farsul), Fernando Adauto, considera tolerantes as novas regras já adotadas por Santa Catarina. Já o superintendente do Ministério da Agricultura no Estado, Francisco Signor, classifica-as como “bastante rígidas” e cita interesses econômicos por trás da posição da cadeia da carne.
O Rio Grande do Sul deve publicar novas normas internas ainda hoje. O documento, entretanto, apesar de orientar a fiscalização nas barreiras, não tem força legal e pode ser contestado na Justiça, já que a atribuição de legislar sobre o assunto é federal.
O foco de aftosa em Mato Grosso do Sul criou um problema diplomático no Mercosul: o Paraguai acusa o Brasil de descumprir o acordo firmado em 2004, que prevê troca imediata de informações logo após surgirem suspeitas da doença. A reclamação formal foi enviada ontem ao Itamaraty pelo embaixador do Paraguai, Luis González. O Paraguai exige que as autoridades brasileiras comprovem as acusações de que o vírus teria vindo do país vizinho.
Ontem, o país vizinho ampliou a área de controle da fronteira com o Brasil após a detecção de novos focos em Mato Grosso do Sul, a quatro quilômetros da linha fronteiriça.
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