| 16/10/2005 22h19min
O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, declarou que, após a reunião do G-20 na China, as possibilidades de negociar o fim dos subsídios agrícolas com os Estados Unidos são maiores do que com a União Européia (UE).
– Os EUA fizeram um avanço considerável, maior que o da UE para desbloquear a rodada de Doha (de abertura de mercados). A possibilidade de um acordo é agora mais fácil com os EUA do que com a Europa – declarou Palocci.
Segundo a agência espanolha EFE, em troca do fim dos subsídios agrícolas o Brasil ofereceu nas reuniões do G-20 abrir seu setor de seguros e financeiras, uma oferta que proporá juntamente com México e Argentina na próxima reunião da OMC, em Hong Kong. Na opinião de Palocci, há um ambiente positivo para a rodada de Doha.
A reunião do G-20 foi encerrada no domingo com um documento que expressa a necessidade de acabar com os subsídios à agricultura nos países desenvolvidos para permitir o acesso dos produtos das nações mais pobres com um tratamento preferencial.
Palocci informou que os ministérios da Fazenda do Brasil e das Finanças da China criarão um grupo de trabalho para discutir e trocar experiências em estratégias de crescimento. A iniciativa tem o objetivo imediato de ultrapassar o impasse comercial criado com a falta de um acordo sobre maneiras de compensar a alta nas exportações de produtos chineses para o Brasil.
Palocci disse que, na próxima semana, uma equipe de técnicos do governo chinês chega ao Brasil para retomar as discussões sobre o comércio entre os dois países:
O ministro ressaltou ainda que experiências bem-sucedidas da China, como o investimento em ensino básico universal, por exemplo, podem ser repetidas pelo Brasil depois de adaptadas à realidade do país.
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que também participou do encontro do G-20, se mostrava satisfeito pelo fato de o Brasil não ter sido citado nesta reunião.
– Um bom sinal depois de muitas vezes ter sido citado como fator de desequilíbrio financeiro mundial. Isto porque os fundamentos da economia nunca foram tão sólidos e os dados macroeconômicos são os melhores possíveis – disse Meirelles, fortalecendo as expectativas de que os juros caiam na reunião do Copom desta semana.
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