| 14/10/2005 10h46min
Os pecuaristas do sul e do leste mineiro estão preocupados com possibilidade de o surto de febre aftosa no interior de Mato Grosso do Sul se estender até o Estado.
Minas Gerais e Mato Grosso fazem parte do mesmo circuito pecuário. As autoridades mineiras já recomendaram aos produtores não comprar nenhum animal de fora, sobretudo, vindo da região contaminada.
O último caso de febre aftosa do em MG foi registrado no Vale do Rio Doce, no leste, em 1996. Agentes do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) estão visitando as fazendas para incentivar os produtores a vacinar o gado contra a doença. Para cada animal não imunizado, o produtor paga uma multa de R$26,60.
Na região de Governador Valadares, no leste, das 234 mil cabeças, 90% já foram imunizadas. O dono de um frigorífico na região, José Miguel Merlo, denuncia que muitos produtores não vacinam seus animais.
Ontem, em Portugal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a culpa, em primeira instância, pelo surto da doença no país, é dos criadores que não imunizam os animais.
– Numa hierarquia de responsabilidades, o primeiro responsável pela vacinação do rebanho, além de o governo fiscalizar, é do proprietário, que sabe que precisa fiscalizar aquilo que é seu ganha-pão. Quando alguém age com irresponsabilidade quem paga são aqueles que agiram com responsabilidade – disse Lula.
O presidente disse ainda que não faltaram recursos do Governo para o combate à doença. E informou que vai pedir ao Congresso que vote um projeto de lei que puna os fazendeiros que deixarem de imunizar seus rebanhos, ficando três anos sem financiamento público.
A declaração provocou reação do governador sul-matogrossense, Zeca do PT. Ele disse que o momento é de combate à doença e não de tentar achar supostos culpados.
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