Durante o encerramento da 1ª Reunião de Chefes de Estado da Comunidade Sul-Americana de Nações nesta tarde, em Brasília, o presidente venezuelano Hugo Chávez questionou a falta de aprofundamento do debate político da declaração final do encontro. Chávez questionou que os documentos foram discutidos pelos ministros de Relações Exteriores e apenas apresentados aos presidentes para aprovação.

Segundo Chávez, as reuniões não poderiam terminar sem conclusões práticas. Ele afirma que, se fossem realizadas sem discussão, as reuniões do bloco seriam iguais às da Organização das Nações Unidas (ONU), que definiram as Metas do Milênio, segundo Chávez, sem prazos ou métodos específicos.

Celso Amorim, ministro brasileiro das Relações Exteriores, argumentou que o texto aprovado pelo bloco hoje era apenas uma declaração política. Amorim afirma que, se não há um documento final para os debates, mesmo que provisório, não se pode dar início ao aprofundamento das relações. O ministro defendeu que, mesmo vaga, a declaração de hoje torna possível novas reuniões práticas.

Chávez pediu a palavra para responder a Amorim que a falta de debate é que pode causar sérios danos à comunidade. Ele aceitou, contudo, o argumento de que a declaração serveria de base para discussões mais práticas.

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva propôs que, em cerca de 90 dias, a Comunidade Sul-Americana volte a se reunir para discussões práticas. Lula concordou com Chávez a respeito da necessidade de debate político sobre os temas e sugeriu que o texto seja enviado para os presidentes antes do próximo encontro para facilitar as discussões.